João Paulo II considera que a Igreja católica deve ser «uma Igreja dos pobres», ou seja, uma comunidade na qual os seus filhos vivam a «opção preferencial» pelos mais necessitados. Foi o que manifestou o pontífice esta quinta-feira quando se encontrou com um grupo de bispos das Filipinas provenientes das províncias de Cagayán de Oro, Cotabato, Davao, Lipa, Ozamis e Zamboanga.
No seu discurso, o Papa apoiou o programa pastoral da Igreja nas Filipinas: «Seguindo a nosso Senhor, optamos por ser uma Igreja dos pobres». Segundo o bispo de Roma, «uma Igreja dos pobres» é «uma comunidade de fé que abraça e vive o espírito evangélico de pobreza, que harmoniza o desapego dos bens com uma profunda confiança no Senhor, única fonte de salvação». «Deve-se sublinhar que esta preferência pelos pobres não é em sentido exclusivo, mas que abarca todas as pessoas, sem ter em conta sua condição económica ou sua categoria social», declarou.
A Igreja trabalha com todos os sectores da sociedade, inclusive os próprios pobres, “para encontrar soluções dos problemas da pobreza, e assim libertar as pessoas da miséria” - sublinhou. «É uma Igreja que utiliza os talentos e dons dos pobres, contando com eles na missão de evangelização. A Igreja dos pobres é uma Igreja na qual os pobres são bem-vindos, escutados e envolvidos activamente», acrescentou.
Neste sentido, declarou, «uma autêntica Igreja dos pobres contribui de maneira decisiva para a necessária transformação da sociedade, para a renovação social baseada na visão e nos valores do Evangelho».
Os prelados filipinos recebidos em audiência constituem o primeiro dos três grupos de bispos do país asiático com o maior número de católicos que nos próximos dois meses visitarão o Papa e a Cúria romana em cumprimento de sua quinquenal visita «ad limina Apostolorum».