A Constituição do Nepal estabelece país como um “reino hindu” e proíbe a evangelização, apesar de permitir a prática de qualquer religião. Dos mais de 23 milhões de habitantes do país apenas 7,5 mil são católicos, perante um total de hindus que chega aos 75% da população.
O Pe. Pius Perumana, prefeito apostólico do Nepal, explicou à agência Fides, do Vaticano, a situação dessa minoria católica afectada, muitas vezes, pelo conflito com a guerrilha maoísta.
“Sem pacificação, este país não terá futuro”, assegura.
A pena para quem evangelizar pessoas não-cristãs pode ir até três anos de cadeia e expulsão do país. Neste contexto, a pequena comunidade católica continua o seu trabalho pastoral e a sua actividade social.
A Igreja Católica gere 23 escolas, frequentadas também por alunos não-cristãos, e encarrega-se da educação de 35 mil refugiados do Butão. No total, a comunidade possui 5 paróquias e 2 “quase-paroquias” (segundo o direito canónico, uma comunidade de fiéis que, por motivos particulares, ainda não foi erigida como paróquia) que dispõem de salas multiuso, nas quais realizamos actividades pastorais e celebrações litúrgicas.
Os sacerdotes diocesanos são 11, os sacerdotes religiosos, 38, e as religiosas 118. Há também 4 seminaristas maiores e 10 seminaristas menores, todos nepaleses, oriundos de áreas tribais.
Depois da chegada dos primeiros missionários, nos séculos XVII e XVIII, a Igreja renasceu em 1951, com a chegada do Jesuíta americano Pe. Marshall Moran, que, da área indiana de Patna, fundou no Nepal uma filial da St. Xavier School.
Em 1983, quando o governo local solicitou relações diplomáticas com a Santa Sé, foi instituída a Missio sui iuris do Nepal, desmembrando o território da diocese de Patna (Índia), sendo confiada aos Jesuítas. Em 1996, foi elevada à Prefeitura Apostólica, encabeçada por D. Anthony Sharma, o primeiro sacerdote nepalês da história.
A Igreja Católica não é reconhecida pelo Governo como pessoa jurídica, o que tem provocado muitos problemas burocráticos. O Núncio Apostólico, D. Pedro Lopez Quintana, que reside na Índia, e o próprio Prefeito pediram que esta questão seja examinada pelo Parlamento nepalês.
A Cáritas, contudo, é reconhecida como Organização Não-Governamental. Está presente em 45 distritos, oferecendo instrução aos refugiados do Butão, expulsos do país principalmente por motivos religiosos. Promove ainda programas de desenvolvimento e cooperação dirigidos a mulheres, agricultores e pequenos negociantes.
