A Queda do McCarthismo Francisco Perestrello 01 de Março de 2006, às 10:16 ... Num acto de ousadia pouco comum o actor George Clooney, quase no inÃcio da carreira como realizador, optou por um trabalho polÃtico capaz de suscitar polémica e por uma estética inteiramente baseada na fotografia a preto e branco. E se o desafio era arriscado pode-se dizer que o venceu totalmente. Toda a acção do filme se passa em torno do canal de televisão CBS, em que um comentador de grande popularidade decide fazer frente à s sucessivas pressões e repressões por parte do grupo de Senadores coordenado por Joseph McCarthy, a Comissão de Actividades Anti-Americanas. Lutando por uma verdadeira democracia põe a estação em risco, sendo muitas vezes avisado, mas nunca censurado, pelo Presidente da mesma. O mais importante do filme é o amplo debate a que dá lugar sobre os limites das liberdades individuais, e não apenas da liberdade de informação. Para o protagonista - o autor de programas Edward R. Murrow - não importa que o seu futuro esteja em jogo, pois mais importante é a preservação da liberdade de todos os que o rodeiam. E, contando com a sólida solidariedade da sua equipa, consegue manter regularmente no ar o seu programa de análise polÃtica e crÃtica social. David Strathairn foi o actor escolhido para o difÃcil papel principal, que desempenhou de forma a lhe valer, no mÃnimo, uma nomeação para o Oscar, o mesmo se verificando em relação ao próprio filme e ao seu realizador, George Clooney. A crÃtica polÃtica e social preenche a generalidade da acção, sempre com um notável equilÃbrio e um sentido de justiça e cooperação humana dignas de realce. É certo que o McCarthismo não é hoje um risco, é passado, mas os factos narrados não podem deixar de ser cruzados com situações contemporâneas, em que as pressões e a corrupção estão longe de estarem erradicadas das sociedades, incluindo as que mais directamente nos dizem respeito, as dos paÃses ocidentais. Francisco Perestrello Cinema Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...