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África: Benim acolhe simpósio internacional sobre a trilogia «Jesus de Nazaré» escrita pelo Papa emérito Bento XVI

Agência Ecclesia
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Antigos alunos de Joseph Ratzinger querem levar o pensamento de «um grande mestre de teologia» às Igrejas do continente

Cidade do Vaticano, 16 set 2013 (Ecclesia) – A cidade de Cotonou, no Benim, vai acolher a partir de hoje um simpósio internacional para teólogos africanos sobre a trilogia “Jesus de Nazaré”, escrita pelo Papa emérito Bento XVI.

A iniciativa conta com a organização de D. Barthélemy Adoukonou, secretário do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), e de outros antigos alunos do Papa alemão, que integram o chamado “Ratzinger Schülerkreis”.

Em entrevista publicada na página do CPC na internet, D. Barthélemy Adoukonou explica que a iniciativa pretende dar aos participantes “a possibilidade de conhecerem o pensamento de um grande mestre de teologia e também de um grande pastor, bispo, Papa e agora Papa emérito”.

Bento XVI começou a escrever a trilogia “Jesus de Nazaré” no verão de 2003, ainda antes de ter sido nomeado Papa.

O primeiro volume foi publicado em 2007 e dedicado ao começo da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração).

A segunda parte da obra foi apresentada em março de 2011, e passa em revista os momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição.

O terceiro e último volume, dedicado à infância de Jesus, foi lançado em novembro do ano passado e destaca o modo como a figura de Cristo se distingue das personagens da mitologia, pois “pertence a um tempo datável de forma exata e a um ambiente geográfico indicado com clareza”.

Nesta obra, Joseph Ratzinger reivindica maior seriedade na pesquisa histórica à volta da vida de Cristo e na interpretação da Bíblia, questão que vai assumir “grande importância” durante o simpósio de Cotonou.

Os antigos alunos do Papa alemão estão empenhados no desenvolvimento de uma “Academia Missionária Itinerante”, que leve a obra de Ratzinger às Igrejas mais afastadas ou “da periferia”.

Para D. Barthélemy Adoukonou, “hoje utiliza-se muito o método histórico-critico, mas Ratzinger, como complemento, recorreu também ao método canónico, aberto à Tradição, aplicou com clareza uma metodologia que colocou sempre em relação a fé e a vida, e isso tem um peso incalculável”.

“Os teólogos em África precisam muito deste tipo de formação, que deve ser aprofundada e inculturada, contextualizada. E com Ratzinger têm acesso a princípios a métodos que foram colocados em prática, que deram frutos preciosos e que agora vão poder ser apreciados”, realça o bispo natural do Benim.

Outro objetivo do simpósio, acrescenta o responsável católico, passa por “congregar universidades, seminários, faculdades de teologia, institutos, gentes da cultura e população em geral para um encontro com Cristo”, que ganha ainda maior relevância neste “Ano da Fé”.

Depois do evento, que vai prolongar-se até sábado, o “Ratzinger Schülerkreis” quer estender o debate teológico a outros pontos do continente africano, a começar por Morogoro, na Tanzânia, em março de 2014.

JCP



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