A Agência de Informação de Moçambique acusou a missionária brasileira Elilda dos Santos – conhecida internacionalmente por ter denunciado a existência de tráfico de órgãos humanos em Nampula – de ter saído do país sob pressão das autoridades, porque “traficava órgãos humanos e crianças”.
A notícia da Agência de Informação de Moçambique (AIM) foi publicada em francês no site da PANAPRESS.
O Pe. Firmino Cachada, Director do Centro Espiritano Europeu, critica o modo como tem sido tratada “toda a informação e desinformação que tem rodeado o caso das denúncias de tráfico de crianças e órgãos em Moçambique e nomeadamente as posições da Irmã Elilda dos Santos”.
A Agência de Informação de Moçambique tem-se destacado por artigos virulentos contra a Elilda dos Santos, nomeadamente assinados pelo director da sua edição em inglês Paul Favet. É possível consultar os artigos da AIM no site “meninosdenampula.com”.
Depois de o Centro Espiritano Europeu ter pedido à Panapress que corrigisse a informação, a notícia foi alterada (www.panapress.com/freenewspor.asp?code=fre045691&dte=14/05/2004), mas mantém no título que a missionária brasileira “está ligada a um escândalo de tráfico de órgãos” sem explicar que está na origem das denúncias e não do tráfico.
Elilda dos Santos passou por Portugal, onde deu uma conferência de imprensa para reafirmar que os religiosos e religiosas católicos em Moçambique “têm factos concretos de que existe um tráfico (de órgãos humanos) a nível internacional e identificou um casal que está directamente relacionado com o tráfico de pessoas, que é sul-africano”.
“Está muito claro que há conivência das autoridades locais em relação a este crime. Há claramente uma protecção, por parte do governador-geral de Nampula, a este casal sul-africano”, acrescentou aos jornalistas.
No decorrer da sua intervenção, Elilda criticou as autoridades moçambicanas que, segundo afirma, estão “a tentar calar as famílias das vítimas”.