Vaticano

Agricultura e educação, sectores prioritários para a lenta reconstrução angolana

Octávio Carmo
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A Igreja Católica em Angola escolheu como sectores prioritários de acção social a agricultura e a educação, como forma de contribuir para a reconstrução desse país africano. “O país tarda em sair de tantos anos de guerra e privações. O povo está desiludido com a política do governo que promete muito, mas mantém bem pouco. Não obstante as dificuldades, existem sinais de desenvolvimento”, afirmaram à Agência Fides fontes locais contactadas na Angola. Em 2002 foi concluída a guerra civil, com duração de 25 anos, que opunha o governo aos guerrilheiros da UNITA e o conflito deixou uma herança difícil: infra-estruturas destruídas, milhões de refugiados, uma taxa de analfabetismo entre as mais elevadas do mundo (44% para os rapazes e 72% para as raparigas). Estas pessoas têm necessidade de tudo: alimento, alojamento, instrução. Os refugiados estão a receber assistência do Programa alimentar Mundial (PAM) que colabora com a Igreja. “Por exemplo, em Lwena foi criado um eficaz parceria entre os operadores da PAM e a missão salesiana local”, refere-se. A Igreja também se tem mostrado muito activa no campo da educação. Recentemente D. Oscar Lino Lopes Fernandes Braga, Bispo de Bengala e secretário geral da Conferência Eclesial Angolana, afirmou que a Igreja pretende empenhar-se com maior decisão para resolver o problema do analfabetismo. A este propósito, o Bispo anunciou que todas as missões presentes em sua diocese deverão criar uma escola. A obra educativa da comunidade católica é muito apreciada pelo governo, que assinou um acordo com a Igreja para a gestão de diversas escolas: a Igreja oferecer estrutura escolar e o governo paga o salário dos professores, seleccionados pelas autoridades religiosas. Um outro problema que deve enfrentar a Angola é a agricultura. A FAO, a Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação começou a distribuição de sementes aos agricultores de 14 províncias da Angola. Entre os destinatários estão os habitantes das zonas mais isoladas e inacessíveis do país. A distribuição das sementes é tanto mais importante quanto o regresso dos refugiados fez crescer as necessidades alimentares do País. O governo fechou os campos de acolhimento para os ex-guerrilheiros da UNITA e para as suas famílias, que receberão alimento da PAM.


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