Vaticano

Amar e evangelizar os excluídos

Agência Zenit
...

João Paulo II criticou ontem os que apenas se interessam pelo “êxito imediato”, ignorando o sofrimento dos seus próximos. O Papa recebeu esta segunda-feira as Terciárias Capuchinhas da Sagrada Família, Congregação particularmente comprometida na ajuda aos excluídos. As religiosas, lideradas pela nova superiora-geral, a madre Julia Apesteguía Mariaezcurrena, foram recebidas em audiência por ocasião do seu Capítulo Geral, que se celebra de 1 a 30 de outubro em Roma, com a participação de 43 religiosas capitulares. O encontro coincide com o 150º aniversário de nascimento do fundador, o venerável capuchinho espanhol Luis Amigó y Ferrer (1854- 1934), que também deu origem aos Terciários Capuchinhos para o amparo da juventude excluída. Em 1907 seria nomeado bispo e desenvolveu seu trabalho apostólico em Segorbe (Castellón). «São dois acontecimentos significativos que vos oferecem a oportunidade de dar novo vigor à experiência espiritual do próprio carisma e impulsionar vossa missão evangelizadora característica», reconheceu o Papa. Os terciários e terciárias foram pioneiros na pedagogia reeducativa e na criação de centros de reforma (ou reformatórios) para crianças e jovens com problemas penais. Deste modo contribuíram na Espanha e países da América Latina para o desenvolvimento de legislações para menores e na criação de tribunais tutelares de menores. Dirigem em Medellín (Colômbia) a Fundação Universitária Luis Amigó, a única universidade do mundo que ministra estes estudos específicos. As irmãs terciárias desempenham também seu apostolado entre os mais pobres e em particular entre menores em situação de risco. Entre suas obras há creches infantis e colégios, iniciativas de carácter sanitário e na pastoral paroquial de zonas marginais. João Paulo II, nas palavras que dirigiu em espanhol, expressou às religiosas «o sincero reconhecimento da Igreja por vosso trabalho em favor dos mais necessitados, dos anciãos e enfermos, dos jovens e das crianças necessitados de amparo, educação, alegria de viver e crer em Cristo». «Por vossa trajectória espiritual --recordou-- sabeis que a salvação verdadeira, a que não tem limites nem envelhece no tempo, só é obtida com a redenção, ainda que isto contraste com uma mentalidade que, com frequência, tem unicamente em conta a promoção e o êxito imediato». O Papa convidou as terciárias capuchinhas a «intensificar cada dia mais a união com Cristo mediante a contemplação e a oração e a dar vitalidade a vossos trabalhos imitando sua atitude redentora, pois quanto mais se vive de Cristo, tanto melhor se lhe pode servir nos demais». «Também, desde uma profunda e rica experiência interior, será mais fácil transmitir o atrativo que Jesus desperta nas novas gerações, insinuando nelas essa voz penetrante da vocação, como a daqueles discípulos chamados “para que estivessem com ele, e para enviá-los a pregar”», concluiu.


Vida Consagrada