Ao serviço da Palavra com toda a Igreja Elias Couto 04 de Outubro de 2008, às 11:14 ... Intenção de Bento XVI para Outubro lembra SÃnodo dos Bispos e pede que se transmitam «com coragem as verdades da fé» "Que o SÃnodo dos Bispos ajude os pastores e os teólogos, os catequistas e os animadores comprometidos no serviço da Palavra de Deus a transmitir com coragem as verdades da fé, em comunhão com toda a Igreja" [Intenção do Papa para o mês de OUTUBRO] 1. O SÃnodo dos Bispos Surgido na sequência do ConcÃlio Vaticano II, o SÃnodo dos Bispos foi instituÃdo pelo Papa Paulo VI, através da Carta apostólica Apostolica sollicitudo, de 15 de Setembro de 1965. É uma expressão da unidade dos bispos com o Papa e da sua co-responsabilidade no governo da Igreja. Reúne representantes qualificados dos bispos de todo o mundo, sob a forma de Assembleia Geral (Ordinária ou Extraordinária), tratando de assuntos que dizem respeito à Igreja universal, ou em Assembleias Especiais, mais atentas à s necessidades das Igrejas locais de um continente ou ampla região pastoral. Durante este mês de Outubro, tem lugar a XII Assembleia Geral Ordinária do SÃnodo dos Bispos, convocada para debater «A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja». É um tema pleno de actualidade, porque as investigações históricas, literárias e teológicas dos últimos decénios em torno da BÃblica têm sido fonte de grandes avanços no conhecimento mais aprofundado dos textos bÃblicos – e de teorias polémicas na interpretação dos mesmos, não raro ignorando a autoridade do magistério eclesial e lançando a confusão entre os crentes. O SÃnodo, porém, mais do que atender a tais polémicas, tem como objectivo ajudar as comunidades cristãs e cada cristão a tomarem consciência da necessidade de amar e conhecer esta Palavra, por meio da qual Deus se revela na sua intimidade e conduz a humanidade nos caminhos da salvação. 2. Servir-se da Palavra... Na Intenção que propõe ao Apostolado da Oração está patente a preocupação do Santo Padre quanto ao modo como os diversos membros da Igreja empenhados no serviço da Palavra de Deus (pastores, teólogos, catequistas, animadores...) assumem este serviço. Trata-se de uma preocupação compreensÃvel, pois nem sempre tal serviço é assumido em Igreja e na Igreja. Assim tem acontecido, sobretudo por parte de estudiosos da BÃblia que, na sua investigação, se afastam do serviço à comunidade crente, na tentativa, bem intencionada, certamente, de tornar a Palavra de Deus mais aceitável ao espÃrito do tempo. Na maior parte dos casos, o resultado final é precisamente o contrário: uma erudição que abafa a originalidade da Palavra e acaba por torná-la simples palavra humana, historicamente datada e sem relevância para o contexto actual; noutros casos, a Palavra de Deus acaba a justificar opções ideológicas prévias, pouco ou nada respeitadoras da sua novidade. 3. Todos ao serviço da Palavra... A atitude eclesial que o SÃnodo dos Bispos pretende suscitar passa pelo serviço da Palavra de Deus, em Igreja. Todos podem e devem prestar este serviço: os estudiosos através da investigação cuidadosa e rigorosa, para ajudarem todo o povo de Deus a progredir no conhecimento da sua Palavra; os pastores da Igreja, anunciando a Palavra com vigor, explicando-a aos fiéis e convidando-os a caminhar na fidelidade aos seus ensinamentos; os catequistas, animando na descoberta das infindáveis riquezas da Palavra e testemunhando o seu poder para a transformação da vida pessoal e colectiva... e todos, em comunidade ou individualmente, dando testemunho diante do mundo de amor à Palavra de Deus, de alegria na sua escuta e, sobretudo, de adesão à mesma – que é adesão a Jesus Cristo – deixando-se converter e conduzir por ela. 4. Em comunhão com toda a Igreja A adesão à Palavra de Deus não é uma iniciativa individual. A iniciativa é sempre de Deus – e o lugar da sua realização plena é a Igreja. Não há, por isso, conversão à Palavra que não seja também conversão à Igreja, à comunidade crente por meio da qual a Palavra chega até cada um de nós. E também por isso, não há verdadeira escuta da Palavra que não tenha uma dimensão de Igreja – mesmo quando a Palavra é lida e meditada na intimidade e na solidão. A Palavra recebe-se, não se inventa; é-nos dada, não é conquista nossa; é poder transformador de Deus, revestindo a fraqueza da nossa carne. A Palavra guia aquele que se deixa converter por ela para a verdade total, a verdade de Deus em Jesus Cristo. Esta verdade, porém, só é plenamente reconhecida na comunhão com toda a Igreja e só pode ser verdadeiramente vivida no seio de uma comunidade de fé – de outro modo, arrisca sempre a falsificação do amor próprio, o orgulho da auto-complacência, a mentira ideológica de quem se julga senhor da Palavra, em vez de se deixar julgar por ela. Elias Couto SÃnodo dos Bispos Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...