Vaticano

Arcebispo do Huambo fala de emergência humanitária em Angola

Octávio Carmo
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O arcebispo da diocese do Huambo, o português D. José Queirós Alves, insurgiu-se contra o “encerramento global” da emergência humanitária em Angola. Em declarações à rádio Ecclesia, D. José defende a continuação de cuidados “nas áreas onde as carências da população ainda são críticas”, dando como exemplo as zonas da província do Kuando Kubango, limítrofes da Zâmbia e Namíbia, que acolhem muitos deslocados internos e repatriados. O presidente da Cáritas Angola destacou o caso da comuna fronteiriça de Mucuse, junto ao Nordeste da Namíbia, “que concentra um grupo muito grande de pessoas sem a assistência devida”. O Programa Alimentar Mundial (PAM) nunca chegou àquela zona, “onde a população passa uma verdadeira fome porque lá não chove há três anos”. “O PAM e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados deveriam manter ainda missões de emergência humanitária nas zonas críticas”, aponta. Em Novembro, o prelado esteve de visita a Lisboa e foi recebido na sede da Cáritas Portuguesa pelo seu presidente, Eugénio Fonseca. Na ocasião, D. José Queiroz transmitiu à organização católica algumas das suas preocupações, relacionadas com as más condições sociais em que vivem as populações do interior de Angola, nomeadamente no que diz respeito ao alastramento do vírus do HIV. O prelado, natural de Soalhães, Marco de Canaveses, é missionário em Angola desde 1966.


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