A cidade de Sangla Hill, no norte do Paquistão, foi palco de um dos mais violentos ataques a comunidades cristãs. Escolas, igrejas e símbolos da fé cristã foram destruídos por uma multidão enfurecida, incitada por clérigos muçulmanos a “dar uma lição aos infiéis”.
Os cristãos paquistaneses estão em estado de choque após o motim que eclodiu na passada semana na cidade de Sangla Hill, no norte do Estado do Punjab. Uma multidão de mais de 3 mil muçulmanos rumou ao bairro cristão, pilhando e saqueando tudo à sua passagem.
Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Arcebispo de Lahore, D. Lawrence Saldanha, descreveu como os bandos incendiaram a Igreja Unida Presbiteriana no centro da cidade dirigindo-se depois para a Igreja do Espírito Santo (católica) onde destruíram o altar, arrombaram o tabernáculo e espalharam as hóstias pelo chão. Os assaltantes tentaram ainda, sem sucesso, incendiar os paramentos, mas queimaram o presbitério utilizando pólvora.
As escolas católicas de Santa Maria e São Paulo foram os alvos seguintes dos atacantes que destruíram as salas de aula. A capela conventual sofreu os danos mais severos e, mais uma vez, foram vandalizados objectos sagrados como cálices e crucifixos.
Segundo o prelado, a crise começou por uma questão de jogo envolvendo um católico da cidade, que ganhou "uma elevada soma" aos seus vizinhos muçulmanos, os quais se recusaram a pagar. Como o católico não desistiu da sua queixa, os muçulmanos terão alegadamente queimado páginas do Corão, acusando o católico dessa blasfémia. Nas mesquitas os clérigos muçulmanos começaram a divulgar mensagens de ódio através dos altifalantes, pedindo aos guardiães do Corão para "dar uma lição aos infiéis".
D. Lawrence Saldanha pediu à Ajuda à Igreja que Sofre "apoio e orações" e apelou junto das autoridades e do Governo paquistanês para "tomar medidas drásticas" que ponham fim à crescente intolerância para com os cristãos que se tem vindo a agravar desde os atentados do 11 de Setembro em Nova Iorque. "É a situação mundial que nos está a fazer isto. Existe um confronto cada vez maior entre civilizações", referiu.
A Ajuda à Igreja que Sofre apoiou a construção de uma capela e a formação de sacerdotes em Sangla Hill e, desde o ano passado, já enviou cerca de 300 mil euros para projectos de auxílio à Igreja no Paquistão.
Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
