Atentado contra o Papa foi ordenado pelo KGB Octávio Carmo 31 de Março de 2005, às 11:27 ... Documentos dos antigos serviços secretos da Alemanha Oriental, a Stasi, confirmam que o atentado contra o Papa João Paulo II em 1981 foi ordenado pela KGB e executado pelos serviços secretos búlgaros, informou ontem o Corriere della Sera, o jornal italiano de maior tiragem. Segundo o jornal, o Governo alemão descobriu nos arquivos da Stasi os documentos que dão crédito à tese segundo a qual o KGB, a polÃcia secreta da ex-União Soviética, ordenou o atentado. Os serviços secretos búlgaros ficaram então encarregues da sua execução, para a qual contrataram o turco Ali Agca e outros terroristas ligados a grupos de extrema-direita. A então República Democrática Alemã tinha, por seu lado, a responsabilidade de conduzir a operação e as operações de despistagem pós-atentado. Os documentos foram enviados pelo governo alemão ao governo búlgaro. Estes foram colocados à disposição da Itália, onde foram confiados à comissão parlamentar que investiga as actividades dos serviços secretos dos paÃses do leste europeu na Itália. Tratam-se, na sua maioria, de cartas em que os serviços secretos alemães pedem a ajuda e a cooperação de seus colegas búlgaros, para eliminar as pistas e negar a versão de uma participação búlgara no atentado contra o Papa. No seu último livro “Memória e Identidadeâ€, João Paulo II afirma-se convencido de que Ali Agca actuou a mando de alguém, sem citar nenhum paÃs. Há três anos, na Bulgária, o Papa afirmou que "nunca" acreditara na pista búlgara sobre o atentado. João Paulo II acredita que uma "ideologia da prepotência encomendou o atentado" executado por Ali Agca a 13 de Maio de 1981. Em "Memória e Identidade", o Papa apresenta pela primeira vez as suas convicções sobre a responsabilidade por este episódio. "Acredito que este atentado foi uma das últimas convulsões das ideologias da prepotência, que se desencadearam no século XX. A violência motivada por tais argumentos também se manifestou aqui na Itália: as Brigadas Vermelhas matavam homens inocentes e honestos", relata. Narrando depois a conversa que teve em 1983 com Agca na prisão, escreve: "Ali Agca, como todos dizem, é um assassino profissional. Isto significa que o atentado não foi uma iniciativa sua. Alguém o idealizou, alguém o contratou para executá-lo". Do atentado, João Paulo II falou diversas vezes, principalmente para afirmar a sua convicção de que a bala mortal foi desviada pela mão da Virgem de Fátima. "Foi um testemunho da graça divina", refere no livro. João Paulo II Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...