Vaticano

Atentados contra cristãos no Iraque geram preocupação

Octávio Carmo
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Os atentados contra os cristãos no Iraque, de dia 1 de Agosto, faz com que a minoria religiosa se sinta ameaçada no país. Um site fundamentalista islâmico na Internet divulgou um comunicado de um grupo desconhecido reivindicando os atentados de Domingo contra as Igrejas cristãs no Iraque. "Não há nenhuma dúvida de que a guerra no Iraque e no Afeganistão é uma cruzada de ódio contra o Islão e contra os muçulmanos e que os Estados Unidos e os seus agentes não hesitaram um dia a combater o Islão com a bênção do Papa", refere o texto. João Paulo II, curiosamente, foi e é um dos mais reconhecidos opositores à intervenção militar no Iraque. O João Paulo II condenou ontem as “agressões injustas” contra os cristãos no Iraque, numa mensagem enviada ao Patriarca dos caldeus, Emmanuel Delly III. “Nestas horas de sofrimento, o Papa deplora vivamente as agressões injustas contra quem mais não pretende do que colaborar para a paz e a reconciliação do Iraque”, diz a mensagem. O Patriarca Emmanuel Delly, que lidera a maior comunidade cristã no Iraque, mostra-se preocupado com o futuro dos cristãos no país, mas espera que as novas autoridades ofereçam garantias de segurança e liberdade. “A situação, os problemas que tiveram lugar, fazem que as coisas sejam ainda mais difíceis hoje do que eram antes”, disse. A Igreja Patriarcal Católica Caldeia tem cerca de um milhão de fiéis em todo o mundo e perto de metade desses fiéis encontra-se no Iraque, onde está a sede do Patriarcado. Por outro lado, um porta-voz do líder radical xiita iraquiano Moqtada Sadr condenou ontem a vaga de atentados terroristas anti-cristãos no Iraque, que, na sua opinião, visam aumentar as divergências entre as comunidades do país. “Condenamos vigorosamente estes actos criminosos, que apenas visam gerar conflitos no seio do povo iraquiano unido”, declarou Ahmed al-Chaabani, um responsável do gabinete de Moqtada Sadr na cidade santa xiita de Najaf, sul do Iraque. “As nossas portas permanecem abertas aos cristãos, como esperamos que as portas dos cristãos estejam sempre abertas aos muçulmanos”, afirmou Chaabani.


Guerra do Iraque