Vaticano

Autoritarismo na antiga Birmânia afasta católicos de ensinamentos da Igreja

Fundação AIS
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Uma religiosa que trabalha no Myanmar (antiga Birmânia), e que por motivos de segurança evitou identificar-se, revelou à organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que devido ao regime autocrático que governa esse país, os católicos permanecem isolados dos ensinos da Igreja, desconhecendo também documentos do Concílio Vaticano II. Num país com um sistema político uni partidário, a Irmã admitiu que a Igreja está tão fechada que os católicos conhecem muito pouco ou quase nada sobre o Concílio Vaticano II, mesmo tendo acontecido há mais de 40 anos. A Irmã, que pediu o anonimato por questões de segurança, disse que, no passado, foi negado aos fiéis o acesso aos livros de oração, catecismos e literatura sobre o Vaticano II. A Irmã, que está a frequentar um curso de espiritualidade em Londres, afirmou que, apesar de tudo, a Igreja está a dar grandes passos no sentido de apanhar o comboio das mudanças que aconteceram na vida católica nestes últimos quarenta anos. «Este curso é uma pequena oportunidade de conseguir recursos espirituais fora de Myanmar e as irmãs não têm muita formação convencional» afirmou a religiosa. «Precisamos de estar em contacto com a Igreja de fora. A direcção espiritual é muito necessária – para a congregação e especialmente para a juventude do país,» acrescentou. Os estudos da Irmã, no Colégio Heythrop em Londres, permitir-lhe-ão trabalhar melhor no meio dos católicos de Myanmar, que estão sedentos de orientação espiritual. A Ajuda à Igreja que Sofre, que apoia os cristãos perseguidos e em extrema pobreza, fez e tem disponíveis cópias da «Bíblia para as crianças» na língua de Myanmar, o birmanês – que é uma ferramenta muito importante para a educação das crianças naquele país, afirmou a Irmã. «É muito difícil encontrar manuais ou outros recursos para a aprendizagem porque, efectivamente, não existem. Os poucos livros que existem são muito antigos e desactualizados. Por isso, é muito importante obtermos novos livros sobre a Igreja,» concluiu. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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