Vaticano

Beatificação de João Paulo II segue procedimentos normais

Octávio Carmo
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O processo de beatificação de João Paulo II não será acelerado, afirmou ontem o postulador da causa, o Pe. Oder Slawomir, que assistiu em Roma à apresentação de uma colecção de DVD’s sobre o pontificado de Karol Wojtyla, intitulada "João Paulo II: o homem que desafiou o mundo, um Papa rumo à santidade". "Estamos só no começo, os prazos não serão encurtados", disse o Pe. Slawomir, lembrando que o pontificado de João Paulo II durou quase 27 anos. O processo de beatificação de João Paulo II começou oficialmente a 28 de Junho de 2005, por decisão de Bento XVI, dispensando o período de espera de cinco anos após a morte, como estabelece o Código de Direito Canónico. O processo segue, neste momento, uma fase diocesana, na qual se procede à recolha de todos os documentos relativos à vida e obra de João Paulo II, incluindo os escritos inéditos, anteriores à sua eleição como Papa. Papa mediático O jornal italiano “La Gazzetta dello Sport” assinala o primeiro aniversário da morte de João Paulo II com uma série documental em DVD sobre o lado desportista do Papa. “Toda a gentes se lembra de Wojtyla, o Papa que esquiava, nadava, caminhada, passeava nas montanhas. Era uma Papa que prestava uma atenção especial, muito paterna e afectuosa, a todos os que praticavam desporto”, disse o director do jornal, Carlo Verdelli, em conferência de imprensa. Joaquín Navarro-Valls, director da sala de imprensa da Santa Sé, destacou que o pontificado de João Paulo II foi o primeiro da história da Igreja a ser largamente documentado em imagens, na sua totalidade. Esse fenómeno, explicou, está relacionado com vitalidade do mundo das telecomunicações, nestes anos, e a dinâmica do próprio Papa polaco. “Os meios de comunicação seguiram-no desde o princípio porque era um Papa jovem, vindo de um país comunista, que esquiava e andava de barco", recordou. Navarro-Valls revelou que, só no final do pontificado, o Papa permitiu uma pequena "artimanha" para sorrir e assim aparecer nas fotos com uma expressão menos rígida. "Como João Paulo II sempre gostou do mundo do circo, colocava-me um imenso nariz de borracha vermelha. Sorria imediatamente. Abria o sorriso e assim podia apresentar-se aos fotógrafos com uma imagem diferente daquela que a doença provocava", contou.


João Paulo II