Vaticano

Bento XVI deixa novo apelo pela paz

Octávio Carmo
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Papa passou em revista a viagem que o levou à Jordânia, Israel e territórios palestinos

Bento XVI deixou hoje um novo apelo à "paz duradoura" na Terra Santa, num encontro com peregrinos de todo o mundo em que apresentou um balanço da viagem que, de 8 a 15 de Maio, o levou à Jordânia, Israel e territórios palestinos.

"Estou feliz por poder agradecer convosco a Deus pela visita à Terra Santa", disse aos presentes, pedindo orações "para que esta visita sirva para o restablecimento da paz duradoura naquela região".

O Papa abordou os encontros mantidos com os presidentes da Israel e da Autoridade Palestina, admitindo que "naquela terra abençoada por Deus parece impossível, por vezes, sair da espiral da violência" e defendendo o papel das religiões na resolução do conflito.

Frisando ter viajado como "peregrino da paz", Bento XVI disse que quis recordar a judeus, cristãos e muçulmanos o compromisso como fiéis num único Deus na promoção "do respeito, da reconciliação e da cooperação", ao serviço da paz.

"Todos os crentes devem deixar para trás preconceitos e vontade de domínio, para praticar em conjunto o mandamento fundamental: amar a Deus com o próprio ser e amar o próximo como a nós mesmos", indicou.

Bento XVI disse ter sido com esta intenção que visitou o Muro das Lamentações e a Mesquita da Cúpula da Rocha, em Jerusalém, "lugares simbólicos do judaísmo e do islão".

A respeito da visita ao memorial do Yad Vashem, em honra das vítimas do Holocausto, o Papa pediu que "nunca seja esquecida a tremenda tragédia da Shoah".

Quanto aos territórios palestinos, que visitou há uma semana, Bento XVI considerou que Belém "é símbolo da distância que ainda nos separa" do anúncio de paz que os Evagelhos referem a respeito do nascimento de Jesus. Precariedade, isolamente, incerteza e pobreza foram problemas apontados.

O Papa falou ainda, de forma especial, das comunidades cristãs na região: "Apesar das vicissitudes que marcaram os lugares santos por tantos séculos; apesar das guerras, das destruições; e infelizmente, dos conflitos entre cristãos, a Igreja continuou com a sua missão, animada pelo Espírito do Senhor Ressuscitado".

"Ela caminha rumo à plena unidade, para que o mundo acredite no amor de Deus e sinta o prazer da sua paz"", assegurou.

Nas saudações em português, Bento XVI dirigiu-se a diversos grupos "que vieram encontrar o sucessor de Pedro, poucos dias depois de ter terminado a sua peregrinação à Terra Santa. Lá, onde o Verbo divino se fez carne no seio da Virgem Maria, jorra uma fonte inesgotável de esperança e alegria que não cessa de animar o coração da Igreja, peregrina na história".



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