Bento XVI destaca importância da acção da Igreja na sociedade
Bento XVI recebeu esta Sexta-feira os membros da assembleia plenária do Conselho Pontifício Cor Unum que debate o tema “percursos de formação para os agentes da caridade.
No seu discurso, o Papa referiu-se a dois eventos eclesiais deste ano que puseram em realce o anúncio do Evangelho e a atenção ao coração do homem e ao ambiente onde vive: a publicação da Encíclica Caritas in veritate e a celebração da assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos, sobre a reconciliação, a justiça e a paz.
“Em perspectivas diferentes, mas convergentes, evidenciaram como a Igreja, no seu anúncio salvífico, não pode prescindir das condições concretas de vida dos homens, aos quais é enviada. O agir para as melhorar diz respeito à sua própria vida e sua missão, pois que a salvação de Cristo é integral e diz respeito ao homem em todas as suas dimensões: física, espiritual, social e cultural, terrena e celeste”, disse.
Bento XVI salientou depois que foi desta consciência que durante os séculos nasceram muitas obras e estruturas eclesiais finalizadas á promoção das pessoas e dos povos, que deram e continuam a dar um contributo insubstituível para o crescimento, o desenvolvimento harmonioso e integral do ser humano. E a este propósito o Papa citou uma passagem da sua Encíclica Caritas in veritate: O testemunho da caridade de Cristo através de obras de justiça, paz e desenvolvimento faz parte da evangelização, pois a Jesus Cristo, que nos ama, interessa o homem inteiro.
“Nesta óptica – acrescentou – deve ser considerado o empenho da Igreja a favor do desenvolvimento de uma sociedade mais justa, na qual sejam reconhecidos e respeitados todos os direitos dos indivíduos e dos povos”.
Bento XVI salientou depois que não toca certamente à Igreja intervir directamente na política dos Estados, mas a comunidade cristã não pode e não deve permanecer à margem da defesa dos direitos humanos e da promoção da justiça.
“A fé é uma força espiritual que purifica a razão na procura de uma ordem justa, libertando-a do risco sempre presente de ser enganada pelo egoísmo, pelo interesse pessoal e pelo poder. Na verdade, como a experiencia demonstra, também nas sociedades mais evoluídas do ponto de vista social, a caritas continua a ser necessária: o serviço do amor nunca se torne supérfluo, porque permanecem situações de sofrimento, de solidão, de necessidade, que exigem dedicação pessoal e ajudas concretas”, apontou.
Todos aqueles que prestam o seu serviço no âmbito de organismo eclesiais que têm a seu cargo a gestão de iniciativas e obras de caridade, salientou depois Bento XVI, não podem deixar de ter este objectivo principal: “Fazer conhecer e experimentar o Rosto misericordioso do Pai celeste, dado que no coração de Deus Amor, se encontra a resposta verdadeira às expectativas mais íntimas de cada coração humano”.
Bento XVI