Vaticano

Bento XVI rende «Justiça histórica» ao Solidarnosc

Luís Filipe Santos
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Numa carta enviada ao arcebispo Dziwisz nas celebrações dos 25 anos do sindicato

Bento XVI rendeu um acto de «justiça histórica» ao movimento operário polaco «Solidarnosc», que permitiu a reunificação da Europa, numa carta enviada a D. Stanislaw Dziwisz, novo arcebispo de Cracóvia. “Todos nos damos conta do grande significado que teve nas vicissitudes da Polónia e na história de toda Europa o surgimento deste sindicato” - escreve o Papa na mensagem enviada com motivo das celebrações desta quarta-feira, no vigésimo quinto aniversário do nascimento do sindicato. A carta do Papa foi lida em Gdansk na missa conclusiva das celebrações, que aconteceu no antigo estaleiro Lênin com a participação de líderes políticos do mundo, presidida por D. Dziwisz. “Não só provocou de maneira pacífica na Polónia inimagináveis mudanças políticas, introduzindo o povo polaco no caminho da liberdade e da democracia, mas também indicou aos demais povos do antigo bloco oriental a possibilidade de reparar a injustiça histórica pela qual haviam ficado do outro lado da «cortina de ferro”»”, acrescenta. O pontífice recorda na sua carta o trabalho de João Paulo II para que “este acto de justiça histórica acontecesse e a Europa pudesse respirar a dois pulmões, o ocidental e o oriental”. Bento XVI recorda também a «hábil obra diplomática» a favor de Solidarnosc do mesmo arcebispo Dziwisz, que durante quarenta anos foi secretário particular de Karol Wojtyla. Na eucaristia, Dom Dziwisz constatou que “nesta cidade os operários pronunciaram de uma maneira nova e num contexto novo a palavra “solidariedade”. Pronunciaram-na com toda sua força e determinação, pois não podia seguir-se tolerando um sistema que se alimentava da inveja, da luta de classes, da luta de um povo contra outro, do homem contra o homem”.


João Paulo II