Vaticano

Bispo alerta para o drama dos cristãos no Iraque

Octávio Carmo
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O Bispo Shlemon Warduni, auxiliar de Bagdad, lançou um apelo a todos os muçulmanos no Iraque, agora que se aproxima o início do Ramadão, pedindo “diálogo e paz entre os fiéis”. O prelado, da Igreja caldeia, considera que os cristãos no país “vivem numa situação terrível” e denuncia “fortes pressões e ameaças por parte dos grupos fundamentalistas islâmicos”, incluindo vários episódios de violência. O jejum (saum) é um dos 5 pilares do Islão. O Ramadão é, com as outras práticas religiosas que o acompanham, como a oração e a esmola, um tempo para rever as relações com Deus e com os homens. Nesse sentido, D. Warduni desafia os muçulmanos a “utilizar o jejum para o bem dos outros, para favorecer a segurança e a paz”. Os grupos de fanáticos querem obrigar as mulheres cristãs a usar o véu, ameaçando-as de morte. “Esta manhã falei com uma senhora desesperada, que me contou a situação em que vivem as raparigas cristãs, expostas a insultos e ameaças”, relata D. Wardani. O Bispo auxiliar de Bagdad nega que a Igreja tenha a intenção de pedir protecção policial para os seus fiéis ou que tenha requerido auxílio junto das forças da coligação. “Esperamos que os grupos radicais se apercebam de que aquilo que fazem é destruir o Iraque”, assegura. A população cristã no Iraque tem manifestado preocupação com o crescente fundamentalismo islâmico e algumas pessoas têm fugido para os países vizinhos até que a situação política e de segurança mostre sinais de tranquilidade. No Iraque os cristãos constituem 3% da população, na sua maioria fiéis da Igreja Católica Caldeia e da Igreja Ortodoxa Síria. Estas comunidades são das mais antigas comunidades cristãs do Oriente, remontando ao século II. As suas raízes cristãs são testemunhadas por mosteiros e conventos nos séculos V e VI. Notícias relacionadas • Perseguição aos cristãos no Iraque


Guerra do Iraque