Vaticano

Bispo católico de Hong Kong autorizado a visitar a China

Octávio Carmo
...

O Bispo católico Joseph Zen, efectuou na semana passada uma visita à cidade de Xangai tornando-se no primeiro chefe da igreja da antiga colónia britânica a visitar o continente desde 1997. D. Joseph Zen, Bispo de Hong Kong, é conhecido mundialmente pela sua militância a favor da democracia e dos direitos do homem. Foi autorizado a deslocar-se à sua terra natal, Xangai, a convite do bispo local. “Espero que este seja o primeiro passo rumo a uma melhor comunicação”, declarou o prelado ao jornal “South China Morning Post”. A comunidade católica em Hong Kong tem 250 mil fiéis, em sete milhões de habitantes. O porta-voz da Igreja católica local disse que D. Joseph Zen não se encontrou com dirigentes chineses e que nos contactos que manteve com o seu homólogo não foram abordados temas relativos à situação política de Hong Kong. O Vaticano cortou relações com Pequim há meio século, após a subida do Partido Comunista Chinês ao poder, em 1949, e mudou a sua sede para Taiwan, na sequência da proibição das práticas religiosas no país mais populoso do mundo em 1958. A China reabilitou as práticas religiosas em 1981, mas as religiões são tuteladas por Pequim, pela Associação Patriótica Religiosa da China, não obedecendo ao Vaticano. Os católicos chineses, cerca de 14 milhões distribuídos entre a Associação Católica Patriótica e a Igreja Católica "clandestina", dividem-se entre a lealdade ao Papa João Paulo II e ao Partido Comunista Chinês. Segundo fontes da Santa Sé, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.


Direitos humanos