D. Giovanni Gao Kexian, Bispo da Igreja católica clandestina de Yantai, faleceu na noite de 24 de Janeiro, num hospital de Bingzhou (Shandong). O anúncio foi feito ontem pela agência missionária Asianews.
O Bispo era prisioneiro da polícia há mais de 5 anos. No dia seguinte à morte, foi imediatamente cremado e sepultado diante de polícias. Nenhum fiel ou familiar pôde participar na cerimónia.
A falta de notícias e a preocupação sobre a sua saúde já tinham gerado boatos sobre a sua morte no ano passado. O Vaticano chegou a noticiar seu falecimento a 11 de Setembro passado.
A morte de D. Gao, de 81 anos, foi confirmada por várias fontes de Shandong. Os familiares puderam visitar o Bispo no hospital de Bingzhou, mas o prelado já estava morto.
Já como seminarista tinha passado muitos anos em trabalhos forçados. Em Julho de 1983 foi ordenado sacerdote. Tornou-se Bispo em outubro de 1992. Em 1999, enquanto fazia visitas pastorais a algumas famílias, foi preso e desde então esteve desaparecido.
Nas mãos da polícia ainda há dois Bispos “desaparecidos”: D. Santiago Su Zhim e o seu auxiliar, D: Francisco Na Schuxin, que desapareceram nos meses de Setembro de 1997 e Março de 1996, respectivamente, e estão detidos em local secreto, sem julgamento prévio.
Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos. O baptismo e o ensino religioso entre menores de 18 anos são punidos na China com prisão ou confinamento aos “campos de reeducação pelo trabalho”.
Na China, o culto católico só é permitido nos lugares e com o pessoal reconhecido pelo governo, ou seja, uma espécie de Igreja Católica “oficial”. Desde o ano 2000, o controlo governamental aumentou também para a Igreja oficialmente reconhecida. Mais de 80% dos bispos nomeados por Pequim pediram nestes anos, secretamente, reconhecimento e reconciliação com a Santa Sé.