Vaticano

Bispo de Hong Kong alerta para violações da liberdade religiosa

Octávio Carmo
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O Bispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, diz que o Ocidente não pode esquecer que na China há uma “Igreja clandestina” e que há ainda bispos católicos na prisão. “Há claramente uma Igreja clandestina e outra oficial. Os bispos «undergournd» tentaram organizar-se numa conferência episcopal, mas isso não foi possível porque as dificuladades eram muitas e a Santa Sé desaconselhou estas reuniões”, escalareceu. A repressão e a violação da liberdade religiosa, esclarece o bispo Zen, “já não faz mártires”, mas hoje os métodos são mais subtis. “A Igreja clandestina está fora da lei, por isso ainda há bispos e padres na prisão. A própria igreja oficial é um alvo, com represálias para os bispos que não obedecem às regras do Governo, fechando seminários e proibindo a chegada de professores do estrangeiro”, explica. Em entrevista publicada pelo jornal “La Razón”, D. Zen vinca ainda que as informações governamentais sobre o números de católicos são altamente enganadora: “falam de 4 milhões, mas somos mais do dobro; em Hong Kong somos 400.000 para uma população de 7 milhões”. Apesar de reconhecer que estes não são “grandes números” para uma população tão vasta como a da China, aquele que é considerada a consciência crítica da ex-colónia britânica assegura que “o governo preocupa-se muito com esta minoria”. A intensificação da acção governamental contra grupos religiosos “clandestinos” estende-se a outras religiões. Ainda ontem a China deportou três cidadãos sul-coreanos, acusados de colaborar com a seita budista proscrita “Falun Gong” e proibiu o regresso dos mesmos à China. Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, mais de dois mil membros desta seita poderiam ter morrido na prisão, enquanto outros 100 mil estariam internados em campos de reeducação compulsória.


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