O Bispo de Hong Kong, D. Joseph Zen Ze-kiun, espera que a marcha do dia 1 de Julho, seja entendida pelas autoridades chinesas como “um firme protesto” de uma população que espera mudanças políticas.
A manifestação, marcada para o sétimo aniversário da transição da administração de Hong Kong para a China, foi uma demonstração maciça de descontentamento popular.
“Só a democracia pode salvar Hong Kong", “uma pessoa, um voto” eram alguns dos gritos das mais de 500 mil pessoas que desafiaram o calor para exigir de Pequim o direito a escolher o próprio governo.
Para o líder católico da ilha “uma marcha pacífica é um modo eficaz para compartilhar sentimentos comuns, desafogar frustrações e indignações, dar esperança a uma situação desesperada”.
“Analisando os 7 anos que se seguiram do retorno à China, não é difícil compreender que valores fundamentais como a justiça e a compaixão se viram gravemente comprometidos em nossa amada cidade e que o governo deve assumir sua responsabilidade por isso”, diz D. Joseph Zen, sempre uma voz crítica, em carta publicada num jornal britânico.
O prelado contesta “cortes indiscriminados de ajudas aos pobres e o desconto de 400 dólares por mês dos já baixos salários dos assistentes domésticos, com o pretexto de um fundo de formação, enquanto a diferença entre ricos e pobres aumentou”.
“Nós temos boas intenções, amamos o nosso país, amamos Hong Kong. O nosso objectivo é obter uma colaboração cordial de cada um, e uma participação real nas discussões sobre a reforma constitucional”, conclui o Bispo católico.