Os bispos católicos do Iraque esperam que a comunidade internacional não se esqueça do país depois da entrega de poderes ao governo provisório de Bagdad.
A coligação transferiu oficialmente segunda-feira o poder ao governo interino iraquiano, dois dias antes do previsto, através de uma troca de documentos entre o administrador norte- americano Paul Bremer e o primeiro-ministro Iyad Alawi. Esta transferência ocorreu durante uma cerimónia na Zona Verde, onde está situado o Quartel-General da coligação militar liderada pelos Estados Unidos, após catorze meses de ocupação do Iraque.
O bispo auxiliar caldeu de Bagdad, D. Shlemon Warduni, referiu à Rádio Vaticano que os últimos dias ficaram marcados “pelo aumento das acções da guerra”. Para o prelado, se se permitir ao novo governo trabalhar com tranquilidade, “há esperança de que as coisas mudem”.
“Se o mundo não cooperar e se não forem adoptadas medidas mais eficazes para interromper a espiral de ódio, então teremos verdadeiramente grandes dificuldades”, alerta.
Já o arcebispo de Kirkuk, D. Sako, alertou que os cristãos poderão desaparecer do Iraque a menos que aumente o apoio das agências de ajuda do Ocidente. Em cada ano cerca de 10.000 cristãos abandonam o país e a população cristã é actualmente de 750.000 fiéis.