Prelados lembram que «faz parte da lógica de eleições democráticas que haja vencedores e vencidos»
A Igreja Católica na Guiné-Bissau apela ontem à aceitação dos resultados eleitorais, depois da contestação feita pelo PRS que considera que o processo decorreu de forma “fraudulenta”.
D. José Câmnate na Bissign, Bispo de Bissau, e D. Pedro Carlos Zilli, Bispo de Bafatá, assinam um comunicado, publicado pela Agência ECCLESIA, onde pedem aos partidos políticos guineenses que aceitem os resultados destas eleições, porque o importante é, agora, “olhar para o futuro”, empenhando-se todos na reconstrução do país.
“Pedimos encarecidamente a todas as forças políticas que aceitem os resultados da votação. O que é importante, neste momento, é olhar para o futuro e empenharmo-nos na reconstrução do País, fazendo funcionar as instituições democráticas em vista da construção de uma sociedade mais organizada, harmoniosa, solidária e em maior sintonia com os parceiros de desenvolvimento e a Comunidade Internacional”, escrevem.
Apesar de reconhecerem que o processo eleitoral padeceu de falhas graves, sobretudo no que tocou à organização, os líderes católicos na Guiné-Bissau procuram sensibilizar as forças políticas derrotadas para a necessidade de manifestarem “a mesma maturidade democrática, o mesmo amor à Pátria e o mesmo espírito de sacrifício que o povo manifestou ao acorrer às urnas e ao manifestar as suas preferências políticas”.
“Faz parte da lógica de eleições democráticas que haja vencedores e vencidos. Aos vencedores a tarefa exigente de governar, aos vencidos a tarefa não menos importante de fazer a oposição”, acrescentam.
A votação nas eleições legislativas antecipadas na Guiné-Bissau foi concluída apenas esta terça-feira, 30 de Março, nos locais onde não foi possível, no Domingo, realizar a operação de voto, tendo estado abertos, no chamado sector autónomo de Bissau, cinco círculos de votação, com 89 mesas, representando cerca de 22 por cento do eleitorado guineense, isto é, 30 mil eleitores.
Os prelados assumem que “nem tudo terá sido perfeito, tendo havido algumas falhas graves, sobretudo de ordem organizativa”, mas avisam que “os incidentes ocorridos não tocam no essencial a qualidade do processo eleitoral, visto que a maioria dos eleitores conseguiu exprimir livremente a sua preferência de voto”.
O documento• Comunicado dos Bispos da Guiné-Bissau sobre o acto eleitoral