Os Bispos católicos dos EUA foram convidados a elaborar uma consulta alargada, nas suas dioceses, a respeito da aplicação das políticas de prevenção de abusos sexuais de menores, adoptadas em 2002.
De acordo com a agência informativa CNS, da Conferência Episcopal norte-americana (USCCB), esta consulta deverá incluir os conselhos presbiterais e pastorais, o pessoal ligado à protecção de menores, os educadores e os conselheiros episcopais a respeito desta matéria.
O presidente do comité Ad Hoc para os casos de abusos sexuais, arcebispo Harry J. Flynn, enviou uma carta a todos os bispos pedindo-lhes, ainda, que o assunto seja alvo de discussão nos seus diversos encontros regionais. A Assembleia plenária de Novembro da USCCB irá começar o debate sobre uma eventual mudança nas políticas de prevenção.
A Igreja Católica nos EUA dá mostras de continuar empenhada em recuperar a confiança dos seus fiéis, intensificando em 2004 o combate aos casos de abusos sexuais por parte de pessoal eclesiástico.As auditorias às dioceses e eparquias (rito oriental) dos EUA, de modo a assegurar o pleno cumprimento das políticas de prevenção definidas pela conferência episcopal (USCCB) incluem diversas inovações em relação ao passado.
O processo começa por avaliar as queixas apresentadas durante o ano de 2003, segundo a directora-executiva do secretariado da USCCB para a protecção de crianças e adolescentes, Sheila Horan. “Da análise desta matéria resultará uma base estatística para medir o sucesso das políticas de prevenção, mostrando se as acusações aumentaram ou diminuíram”, disse.
O secretariado dirigido por Horan é responsável por conduzir as auditorias às dioceses e contratou o grupo Gavin, a mesma organização que apresentou dois estudos sobre esta situação, mostrando que mais de 4.000 padres norte-americanos foram considerados culpados de abusos sexuais a menores entre 1950 e 2002.
Os estudos do grupo Gavin revelaram ainda que mais de 90% da Igreja Católica nos EUA estava a aplicar a nova política de “tolerância zero” para casos de pedofilia, de modo a proteger as crianças e lidar com casos de abusos sexual de menores, cometidos por parte de membros do clero.
Neste ano qualquer queixa sobre falhas neste plano pode ser feita directamente aos membros do grupo Gavin, que entregará os resultados a cada diocese sem esperar que o estudo esteja completo em todo o país, como fizera em 2003.