A Igreja Católica em Espanha confessa-se particularmente preocupada com o número de embriões congelados nesse país – que alguns estudos chegam a situar em 300 mil -, denunciando que esta situação transforma seres humanos em “cobaias”.
“Quando o ser humano se transforma em cobaia, estamos a colocar em causa todo o sistema dos direitos humanos”, alertam os Bispos.
Para a Conferência Episcopal Espanhola (CEE), é injusta qualquer lei “que obriga seres humanos a viver congelados a 200 graus abaixo de zero”.
Nesse sentido, a CEE começou ontem a campanha contra a pesquisa em células estaminais e contra o aborto, sob o lema “Todos começamos por ser embriões”. O objectivo assumido pelo porta-voz do episcopado, Pe. Juan Antonio Martínez Camino, é o de “levar para a rua e difundir a visão cristã da vida”.
A Igreja começou a distribuir através das suas dioceses, paroquias e colégios vários milhões de desdobráveis e cartazes. “A vida humana não está à disposição de ningém, é um direito indiscutível como a liberdade”, sublinhou Martínez Camino na conferência de imprensa para a apresentação da iniciativa, a terceira do género nos últimos meses.
O Governo espanhol aprovou, no final do ano passado, a legislação que permite a investigação das células dos embriões , como contributo para a cura de doenças, como a de Alzaimer. Martinez Camino, explica que “não faz sentido eliminar um ser humano em benefício de outro”.
O porta-voz da CEE disse ainda que “não existe nenhuma solução plenamente satisfatória para os embriões excedentários, porque partimos de uma situação radicalmente injusta”.