Vaticano

Bispos franceses vincam oposição à privatização da religião

Octávio Carmo
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O presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), arcebispo Jean-Pierre Ricard, manifestou-se hoje mais uma vez contra a intenção de vários sectores da sociedade em relegar a religião para a esfera do privado

O presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), arcebispo Jean-Pierre Ricard, manifestou-se hoje mais uma vez contra a intenção de vários sectores da sociedade em relegar a religião para a esfera do privado. “A independência entre a Igreja e o Estado não significa a ausência de relações ou a relegação da religião apenas para o domínio das convicções íntimas”, referiu o prelado no discurso de encerramento da assembleia plenária da CEF, em Lourdes. Os bispos franceses prestaram uma atenção particular, neste encontro, aos temas da laicidade e da neutralidade do Estado, que têm agitado a opinião pública francesa nas últimas semanas. “A justa autonomia entre o Estado e a comunidade religiosa não significa um mutismo da Igreja diante de projectos de lei ou de situações que violariam gravemente os direitos de cada homem”, vincou o arcebispo Ricard. A CEF aconselhou o Estado francês a não reagir com desconfiança em relação às religiões, “por causa do crescimento de determinadas formas de expressões islâmicas ou sectárias”. Esta observação tinha em vista a proposta de lei que visa interditar o uso de qualquer símbolo religioso nas escolas, o que é considerado pelos bispos “uma regressão da liberdade religiosa” desde que não esteja em causa a ordem pública. “A verdadeira laicidade é a que contribui para facilitar uma melhor vida em conjunto a todos os membros de uma sociedade”, concluiu a CEF.


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