Vaticano

Bispos libaneses exigem modificações à lei eleitoral antes do próximo sufrágio

Octávio Carmo
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Os Bispos do Líbano exigiram hoje que a lei eleitoral seja modificada antes do próximo sufrágio de 29 de Maio, sob pena de a população cristã vir a sofrer “consequências danosas que não queremos”. Num comunicado publicado hoje pelo Conselho dos prelados maronitas, presidido pelo Patriarca Nasrallah Sfeir, os representantes católicos no país contestam a lei eleitoral de 2000, que classificam como “injusta”. Apesar de determinar que os 128 lugares da Assembleia sejam divididos de forma igual entre cristãos e muçulmanos, a actual lei apenas permite eleger, de facto, 15 parlamentares cristãos. Segundo o episcopado libanês, esta norma prejudica os representantes cristãos em favor da comunidade muçulmana, “modificando os equilíbrios entre os diversos componentes político-sociais do país”. Os cristãos libaneses já manifestaram por várias vezes o receio de serem alvo de atentados e sequestros, se os resultados das próximas eleições forem favoráveis à Síria e seus aliados. No passado mês de Abril, a Síria ter dado por terminada a retirada dos seus militares do Líbano, cumprindo uma exigência feita pela comunidade internacional. Nos últimos meses, o Líbano tem tentado distanciar-se de Damasco após as manifestações populares que se sucederam ao assassinato do antigo primeiro-ministro Rafik Hariri, a 14 de Fevereiro. Esta delicada fase de transição prevê, agora, a eleição de um novo Parlamento.


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