O comité da Conferência Episcopal norte-americana para as actividades pró-vida lançou um novo apelo em favor da continuação de “todos os tratamentos médicos e os cuidados que possam beneficiar Terri Schiavo”, a mulher que tem estado no centro de uma batalha judicial.
O presidente do comité, Cardeal William H. Keeler, juntou-se aos apelos dos Bispos da Florida contra a retirada dos tubos para a alimentação e hidratação do doente, determinada judicialmente para o próximo dia 18 de Março.
“Pedimos que aqueles que têm poder sobre o destino de Terri Schiavo façam com que ele continue a receber alimento, conforto e cuidados carinhosos”, disse o Cardeal Keeler.
Terri Schiavo sofreu, em 1990, um enfarte, que a deixou num Estado Vegetativo
Persistente. Michael Schiavo – que permanece legalmente casado com Terri, mas já tem dois filhos com outra mulher -, assegura que Terri quereria que o tubo fosse retirado, mas os pais da doente, Bob e Mary Schindler, defendem que a sua filha iria optar por viver.
Na última terça-feira, dois representantes republicanos do estado da Florida apresentam um projecto legal denominado “Lei para a Protecção de Pessoas Deficientes”, no qual se propõe que, explicitamente, “sejam esclarecidos os direitos fundamentais e o processo a seguir com incapacitados que se encontram sob uma ordem judicial que os deixa sem nutrição e hidratação e que não têm directivas médicas escritas em curso”.
Bob Schindler, irmão de Terri, referiu à agência ACI que “os meios seculares informaram mal sobre a sua condição... realmente a desumanizaram”.
A Federação Mundial de Associações Médicas Católicas considera, por seu turno, que Terri “não é culpada de nenhum crime, excepto o de ter-se tornado uma carga para o seu marido e para a sociedade egoísta”.
A Federação está muito preocupada com as possíveis “consequências que tal precedente poderia estabelecer no sistema legal dos EUA. De facto, se uma pessoa inocente pode ser condenada a morte, então qualquer pessoa cujo guardião qualifique a sua vida como de ‘insuficiente qualidade’, estará em perigo de morrer com a retirada do cuidado básico e ordinário”.