Os Bispos de Timor-Leste estão preocupados com a crise militar no paÃs e receiam que a sua continuidade hipoteque a estabilidade nacional. D. Alberto Ricardo da Silva, Bispo de DÃli, e D. BasÃlio do Nascimento, Bispo de Baucau, manifestaram os seus receios à imprensa. Após um encontro com o presidente português Jorge Sampaio, que hoje termina uma visita oficial de três dias a Timor.
O Bispo de DÃli defendeu ser "de toda a conveniência†procurar evitar-se a continuação da crise militar, "para o que tem de haver diálogo, compreensão mútua e procurar uma solução para o bem de todos.
D. BasÃlio do Nascimento, por seu lado, confessou que do encontro com Jorge Sampaio reteve "as recomendações e os conselhos para a igreja, sobre a sensibilidade que tem em relação ao contributo que a igreja poderia dar nesta fase da vida timorense".
Quanto ao retrato que a igreja timorense faz do paÃs, D. Alberto Ricardo considera que continuam a verificar-se "situações de muita carência". "Há fome, muita fome", sublinhou.
A este respeito, o Bispo de Baucau questionou a aposta no petróleo como motor de desenvolvimento, considerando ser a agricultura o sector prioritário para a acção governativa. "O petróleo deve ser uma mais-valia e não o motor do desenvolvimento. Dou um exemplo, em Natarbora (costa sul do paÃs), em 41 hectares produziram-se, em 2005, 327 toneladas de arroz, que está armazenado por falta de escoamento", referiu.
A Igreja discorda dos argumentos invocados pelo Governo timorense para justificar este acordo com a Austrália. “O tratado, o qual a população nem sequer foi ouvida, entre a Austrália e o Governo timorense põe em causa a soberania do paÃsâ€, disse o Pe. Domingos Soares, que trabalha com o Bispo de DÃli, numa carta dirigida ao Presidente Jorge Sampaio e citada pela RR.