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Bósnia-Herzegovina à espera de reconciliação

Fundação AIS
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Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, D. Ratko Peric, Bispo da Diocese de Mostar na Bósnia-Herzegóvina apelou à reconciliação, dez anos após a guerra, entre os crentes de todas as confissões religiosas e os grupos étnicos do país. O prelado deixou ainda um relato comovente de como o amor pode ultrapassar todas as barreiras Uma década após o final do sangrento conflito na Bósnia-Herzegovina, o Bispo de Mostar-Duvno, uma das regiões que foram mais martirizadas durante a guerra, pediu a reconciliação "verdadeira" e "activa" entre os três grupos étnicos (sérvios, bósnios e croatas). "Nos últimos sete anos tiveram lugar seis encontros entre os bispos católicos e ortodoxos e a Mensagem de Natal de 2004 transmitiu sinais positivos", referiu o prelado. Contudo, na sua opinião, "não são apenas os líderes religiosos, incluindo os muçulmanos, que se devem reconciliar, mas acima de tudo as pessoas. A Bósnia-Herzegovina deve ser um Estado unitário com três diferentes grupos étnicos em pé de igualdade". Esperançado nesta reconciliação, D. Ratko Peric, relatou uma história comovente que sucedeu na sua diocese: "Visitei uma família que tem um filho deficiente. O pai adoptivo é muçulmano, a sua esposa é ortodoxa. O filho nunca foi baptizado". "Era um casal que não podia ter filhos e decidiram ir a uma paróquia católica para adoptar uma criança. Aí encontraram um rapaz que retiraram literalmente "de um cesto", como Moisés". "Após alguns meses perceberam que o rapaz era portador de deficiência, mas a mãe adoptiva quis ficar com ele. Actualmente o rapaz tem 20 anos e não consegue fazer nada sem ajuda, dado o grau da sua deficiência. Os pais também estão doentes". "A mulher pediu-me: «Bispo, quando eu ou o meu marido morrermos, peço-lhe que tome conta do meu filho e não o ponha num cesto». Disse-lhe que não se preocupasse porque iríamos tomar conta dele no nosso centro de reabilitação". "Em tais situações não interessa a nação a que se pertence, ou a religião de cada um. Tudo o que conta é se temos ou não um coração capaz de amar. Quando chegar o Julgamento Final, seremos julgados apenas por isso. Jesus não perguntaria: «Tu és um bispo?», mas "Foste um bispo de bom coração?". No final da entrevista, D. Ratko Peric dirigiu-se aos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre pedindo: "Nunca se cansem de fazer o Bem!". Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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