Cardeal Patriarca admira "força da Fé" de João Paulo II Octávio Carmo 17 de Outubro de 2003, às 13:08 ... Um olhar sobre os 25 anos de Pontificado de João Paulo II e a sua sucessão D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, confessa que João Paulo II o marcou por causa da “força da sua Fé”. “Quem teve a dita de estar com ele em momentos fortes, é um vigor que nos deixa completamente dominados e esta afirmação de que o vigor da Fé é o verdadeiro vigor da Igreja é importante para todos, mas foi muito importante para mim também como Bispo da Igreja", disse D. José Policarpo numa entrevista à RR a ser transmitida na noite de hoje. No dia 16 de outubro, em que se comemoravam os 25 anos de eleição do actual Papa, D. José Policarpo foi entrevistado na RTP, tendo recordado vários momentos em que esteve próximo de João Paulo II e desmistificado o alegado agravamento galopante da saúde do Papa. “Não há nada de novo num quadro que é grave, penso que a situação é clara e a degradação do estado fÃsico do Papa visÃvel, mas o grande culpado é o Parkinson: a carroçaria está estragada, mas o motor continua bom”, gracejou. Confessando que João Paulo II tem mudanças bastante significativas, ultimamente, na capacidade de movimentar-se e de falar, o Patriarca apontou um dedo acusador à “capacidade imaginativa dos jornalistas”. Membro do Conselho PontifÃcio para a Cultura da Santa Sé, entre outras responsabilidades, D. José Policarpo assegurou que o Papa pede que se fale em português com ele e manifestou a sua admiração “pelo português sem sotaque de João Paulo II”. A ligação do Papa ao nosso paÃs passa reconhecidamente pelo Santuário de Fátima, que João Paulo II visitou 3 vezes. Para o cardeal Policarpo isso tem a ver com a formação mariana do Papa, a sua “teologia marial” e a ligação do atentado de 1981 ao 13 de Maio e ao segredo de Fátima. “Durante a viagem do Papa a Fátima, em 2000, fui no helicóptero com ele e no regresso ele não ocupou o lugar reservado mas no sÃtio contrário. Só depois é que percebi que era aquele o lugar que lhe permitia vir a olhar para o Santuário, como se se despedisse, e não tirou os olhos de lá”, recordou D. José para testemunhar essa ligação Ãntima do Papa ao nosso paÃs. “Perguntei-lhe se estava muito cansado e ele disse-me que não, que estava muito feliz”, acrescentou. A SUCESSÃO O Patriarca admitiu perante as câmaras da RTP que se fosse escolhido para Papa "não diria que não", mas ressalvou que são poucas as hipóteses de um português vir a suceder a João Paulo II. D. José vincou, contudo, que não acredita que o actual Papa venha a renunciar do cargo. Questionado directamente sobre se aceitaria ser Papa, D. José Policarpo respondeu que "logo veria", mas logo acrescentou que "nunca disse que não a nada que a Igreja me pedisse e não diria que não a isso". Em relação ao processo de sucessão, o Cardeal Policarpo deixou claro que o primeiro passo para todos os cardeais eleitores é “conhecer-se mutuamente”. Comentando a grande especulação alimentada pela imprensa internacional, D. José deixou escapar o nome do carismático cardeal hondurenho Oscar Andrés RodrÃguez Maradiaga, de 61 anos, arcebispo de Tegucigalpa, como o grande candidato da nova hierarquia eclesiástica latino-americana. “Há duas correntes na opinião pública, uma que dá favoritismo a um latino-americano e outra que o dá aos europeus, mas nós temos critérios e um olhar sobre o ministério de Pedro que não são polÃticos”, explicou. João Paulo II - 25 Anos Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...