O Cardeal Joseph Ratiznger, Decano do Colégio Cardinalício, considerou hoje que a eleição do novo Papa é “uma hora de grande responsabilidade”.
Na homilia da missa votiva “Pro Eligendo Romano Pontifice”, a decorrer na Basílica de São Pedro, o Cardeal Ratzinger apelou a uma fé "mais madura" e à necessidade de combater a nova "ditadura de relativismo" da modernidade.
"Estamos a avançar para uma ditadura de relativismo que não reconhece nada como certo e que tem como objectivo central o próprio ego e os próprios desejos", afirmou.
Após agradecer a Deus pelo Pontificado de João Paulo II, o Cardeal Ratzinger pediu a todos os presentes: “rezemos ao Senhor que nos dê um Pastor segundo o seu coração, que nos guie para o conhecimento de Cristo, o seu amor, a verdadeira alegria”.
Todos os Cardeais eleitores concelebram esta Eucaristia solene, em latim. Os Cardeais não eleitores estão sentados na primeira fila.
A homilia foi uma meditação sobre as leituras da Bíblia proferidas durante a Missa, com o Cardeal alemão a esclarecer que iria abordar “apenas algumas passagens que dizem respeito a um momento como este”.
"Nesta hora de grande responsabilidade, devemos dar consideração especial ao que Deus nos diz nas suas próprias palavras", disse.
“Quantos ventos de doutrina conhecemos ao longo dos últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muito agitada por estas ondas – atirada de um lado para o outro: do marxismo ao liberalismo, até ao libertinismo; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo”, elencou.
"O nosso ministério é um dom de Cristo aos homens, para construir o seu corpo - o mundo novo. Vivamos o nosso ministério assim, como dom de Cristo aos homens", disse ainda.
O Cardeal Ratzinger conclui assinalando que “a única coisa que permanece para a eternidade é tudo aquilo que semeamos na alma humana – o amos, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor”.
Na missa solene participam centenas de pessoas, de entre as quais várias individualidades italianas e representantes do corpo diplomático. Do lado de fora, na Praça de São Pedro, muitos fiéis assistem à celebração através de ecrãs gigantes.
