A Confederação internacional da Cáritas, em conjunto com a ACT (confederação da agências humanitárias de Igrejas cristãs) já assistiram mais de 250 mil crianças na região sudanesa do Darfur, palco da pior crise humanitária internacional.
“A ‘Caritas Internationalis’ actua no Darfur desde Julho de 2004, ao lado da ACT International,” diz François Large, Programme Officer da Caritas Internationalis, que explica as actividades realizadas na região oeste do Sudão.
Desde essa altura até hoje, os esforços da ACT-Cáritas permitiram assistir mais de 250 mil crianças; 39.324 delas foram enviadas para centros de assistência nutricional, e 23.584 tiveram alta, por alcançar o peso adequado à sua idade. Outras 250 crianças em condições muito sérias foram assistidas em centros de nutrição terapêutica e delas, 228 já tiveram alta.
“No Darfur, trabalham 35 dos nossos especialistas, assistidos por 300 sudaneses. Cooperamos com outras associações humanitárias, principalmente religiosas”, acrescenta Large.
A Caritas Internationalis e a ACT International assistem actualmente mais de 500 mil pessoas, das quais metade são crianças. “Estamos em muitos sectores. Um dos mais importantes é o sanitário: fundámos e mantemos em actividade 11 clínicas”, refere o responsável da Cáritas.
Outra iniciativa fundamental é a assistência alimentar, sobretudo em favor de mulheres e crianças. “Para elas, criámos também diversas escolas”, acrescenta.
A actuação da organização católica não se limita à intervenção de emergência, tentando garantir para o futuro condições de auto-suficiência, com a distribuição de sementes, a perfuração de poços e a realização de cursos profissionais.
A guerra civil eclodida em 2003 levou à fuga grande parte dos habitantes da região, e embora actualmente haja a presença de uma missão de observadores da União Africana, a violência continua. “Estive no Darfur durante um mês e vi uma grande desolação, e a maior parte das aldeias destruídas. Os habitantes procuram refúgio perto dos poucos centros urbanos que contam com a presença de representantes do governo, que os milicianos a cavalo hesitam em atacar”, relata François Large.
Uma das maiores tarefas que actualmente se coloca no terreno é repatriar os Dinka, originários do sul do Sudão, para a sua região. Os Dinka tinham-se refugiado no Darfur por causa da guerra civil que dominava a região do Sul, mas hoje encontram um novo conflito, no local para onde fugiram. “O projecto de repatriação é organizado pela Caritas holandesa e prevê, entre outras coisas, a construção de poços ao lado das estradas utilizadas pelos refugiados no seu regresso a casa”, explica Large.