17ª Assembléia Geral da Cáritas Internationalis
Serviço de Comunicação em Português
Domingo, 6 de julho de 2003
Cáritas define plano contra a pobreza e a exploração Global
Com forte apelo pela superação dos conflitos, pelo apoio ao desenvolvimento integral de todas as nações, pela cooperação internacional e pelo fim da pobreza e exploração dos povos, a maior organização humanitária do mundo realiza sua assembleia global a partir desta segunda-feira. A Cáritas Internacional abre oficialmente a 17ª Assembleia Geral, que acontece na Universidade Urbaniana, no Vaticano, em Roma. O evento será inaugurado com o discurso do Cardeal Óscar Rodriguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) e do Arcebispe Renato Martino, Presidente do pontifício Conselho de Justiça e Paz. A cada quatro anos, a Cáritas promove sua Assembleia Mundial para tratar de assuntos de interesse da instituição e fixar os objectivos para os anos seguintes.
Mais de 400 delegados representam as organizações nacionais localizadas em 154 países, nos quais a Cáritas tem instalada sua rede de entidades membros. Com milhares de voluntários, actuando na assistência humanitária, emergências naturais e sociais, economia solidária e desenvolvimento social, a Cáritas Internationalis desenvolve suas ações em 190 nações.
O tema escolhido para esta edição da Assembleia Geral é “Globalizando a Solidariedade”, com o objectivo de definir acções que contribuam no esforço global para a construção de uma humanidade justa e solidária. Entre os temas que serão discutidos estão os conflitos mundiais, o meio ambiente, a influência política, a globalização e os tratados de comércio mundial, tráfico de serem humanos e erradicação da pobreza e da miséria. Entre os participantes da Assembleia estão delegados do Iraque, para apresentar as consequências dos ataques norte-americanos e o trabalho de Cáritas na reconstrução do país no período pós-guerra.
Ao final da Assembleia, será aprovado o Plano de Acção Global. Para definir este plano serão realizadas sessões de estudo, com a participação de delegados de todos os países com presença de Cáritas, sobre temas específicos como imigração, armamento e militarização, segurança alimentar, ajuda ao desenvolvimento, governos e corrupção e actuação nas emergências naturais e sociais. Para executar esse plano será eleita a nova presidência da instituição. Até o momento, o único candidato ao cargo máximo da Cáritas Internacional é o actual Presidente, Dom Fouad El Hage, Arcebispo de Tripoli (Líbano), que concorre à reeleição.
Em sua primeira manifestação sobre a Assembleia, Dom Fouad El Hage, disse que Cáritas deve contribuir com uma resposta efectiva aos pobres encarnando suas estruturas no mundo da pobreza e proporcionando gestos de solidariedade entre todas as pessoas de boa vontade. Afirmou que Cáritas deve “suscitar em nível mundial uma sensibilidade mais forte e uma clara tomada de consciência da real situação o grau de pobreza que atinge grande parte da humanidade”. Como lembra o documento preparatório mais de 800 milhões de pessoas vivem desnutridas no mundo e 4,3 bilhões de pessoas sobrevivem com menos de dois dólares diários. Para El Hage, globalizar a solidariedade significa incrementar a promoção humana integral e o desenvolvimento dos povos, além de cooperar na renovação das estruturas políticas, sociais e económicas e na construção de uma cultura da solidariedade.
Neste domingo, na Oração do Angelus, com a Praça São Pedro lotada de assistentes, o Papa João Paulo II saudou os membros da Assembleia de Cáritas e os convidou a globalizar a solidariedade.
MULHERES – Antecedendo a Assembléia Geral, foi realizado o Fórum Mundial de Mulheres. Cerca de duzentas mulheres de todo o mundo discutiram a contribuição feminina da acção de Cáritas Internationalis. Elas reivindicam uma participação efectiva nas mulheres nas instâncias decisórias da organização. (De Roma: Elton Bozzetto – RP 10417 - 6.07.2003)