Dois meses após o terramoto que, em Outubro passado, afectou o Paquistão, a Cáritas deste país, com o apoio da rede internacional, dirige um programa de ajuda de mais de 5,7 milhões de Euros. Também a Caritas Índia elaborou um programa de emergência, que prevê o gasto de 4,5 milhões de Euros.
O terramoto afectou o norte do Paquistão, onde provocou 75.000 mortos, chegou também à Índia, deixando 1.400 mortos, e ao Afeganistão. Deixou ainda muitos feridos nas províncias do noroeste paquistanês e da região indiana da Caxemira, além de três milhões de pessoas sem lar.
Até agora, no Paquistão, a Cáritas distribuiu 3.045 tendas, 12.400 mantas, 5.000 tendas de plástico e mais de 500 pacotes com bens de primeira necessidade não alimentícios, em 79 aldeias, chegando a cerca de 3.500 famílias, segundo um comunicado desta organização eclesial. Mais de 15.000 crianças foram vacinadas contra o tétano, a poliomielite e outras doenças.
Estima-se que duzentas mil pessoas ainda estejam isoladas em aldeias de montanha, sem protecção, e com escassos alimentos, revela a Cáritas, cuja equipa directiva está a concentrar-se nos distritos de Boi e Dilola, desde onde saem as ajudas para as aldeias dos vales.
Em muitos casos, explica o comunicado, os voluntários de Cáritas deslocam-se com os meios que podem encontrar, caravanas de mulas ou burros, veículos postos à disposição pela própria população local e, quando pode, com camiões e helicópteros.
Enquanto a neve começa a cair abundantemente, e os contínuos abalos de assentamento provocam deslizamentos e bloqueiam os caminhos, a rede católica de assistência continua a trabalhar sem interrupção, distribuindo artigos de primeira necessidade: tendas de inverno, mantas, utensílios de cozinha e para a casa, e pacotes de higiene pessoal.
Projecta-se agora a fase de reabilitação, com um completo programa dirigido a mais de cinco mil famílias. As intervenções previstas são, entre outras, o reinicio das actividades produtivas afectadas (agricultura, artesanato, pequeno comércio), a oferta de assistência sanitária a longo prazo e a reconstrução de casas.