A Confederação internacional da Cáritas espera que o governo do Sri Lanka diminua os obstáculos burocráticos que têm dificultado a distribuição da ajuda às vítimas do maremoto de 26 de Dezembro, no Índico.
Ao regressar de uma viagem de cinco dias ao Sri Lanka, para comprovar o trabalho que a Cáritas realiza pelas vítimas do tsunami, Duncan McLaren, secretário-geral da “Caritas Internationalis”, pediu ao governo desse país que Cáritas e outras ONG’spossam construir alojamentos provisórios para a população, antes que cheguem as chuvas.
“Já passou um mês e meio e a maioria da população está ainda em tendas, quando contamos com os recursos necessários para poder construir alojamentos provisórios”, constata.
Duncan McLaren lamenta que a organização “seja obrigada a batalhar e enfrentar disputas legais pelo direito a terra para a construção de casas permanentes. Se as mulheres e as crianças, que já se queixam do calor nas tendas durante o dia, continuar a viver nelas durante a estação das chuvas poderá aumentar a mortalidade infantil”.
No que diz respeito à guerra entre os “tigres tamils” e o governo do Sri Lanka, McLaren considera que chegou o momento de construir uma paz duradoura. “Seria uma homenagem apropriada aos mortos se as duas partes em conflito fizessem que o actual cessar-fogo se convertesse numa solução política duradoura, para consolidar a paz”, considera.
A Caritas Internationalis arrecadou cerca de 350 milhões de dólares americanos para as vítimas do tsunami em toda a zona asiática do Oceano Índico. O programa do Sri Lanka centra-se actualmente nos alojamentos provisórios, a educação, o sustento (sobretudo barcos de pesca e redes) e tratamento de traumas psicológicos, por um valor, na primeira fase, de 40 milhões de dólares.