Vaticano

Cáritas pede união para erradicar pobreza

José Carlos Patrício
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A Secretária-geral da Cáritas Internacional, Lesley-Anne Knight esteve esta Segunda-feira, dia 6 de Dezembro, em Bruxelas, para participar na iniciativa «Dias do Desenvolvimento», na qualidade de Embaixadora para o Ano Europeu 2010 de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

Aquela responsável começou por sublinhar que “na Europa, uma em cada seis pessoas estão actualmente a viver sob o risco de pobreza”. Denunciar esta realidade, para Lesley-Anne Knight, “é uma das vitórias do Ano Europeu 2010, que fez brilhar nova luz sobre esta temática”.

Em declarações publicadas pelo site oficial da Cáritas Internacional, a Secretária-geral definiu como um passo decisivo o acordo alcançado em Junho, “quando os estados-membros da União Europeia estabeleceram como meta, até 2020, retirar da pobreza e exclusão social pelo menos 20 milhões de pessoas”.

Uma acção que pode sair das fronteiras da Europa e ir ao encontro dos mais pobres, em outras partes do planeta. Para tal, defende a embaixadora para o Ano Europeu anti-pobreza, basta que se trabalhe para atingir as metas acordadas nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, até 2015.

“Durante os próximos cinco anos, precisamos de unir esforços para garantir que não vamos falhar” avisou Lesley-Anne Knight.

Actualmente, a União Europeia tem actuado no sentido de favorecer o crescimento económico e o desenvolvimento dos países. Para a Cáritas, esse crescimento deve contemplar sobretudo os mais pobres.

Para tal, o organismo humanitário considera que a política europeia de desenvolvimento deverá ser canalizada para assegurar a sustentabilidade dos mais desfavorecidos, atendendo questões básicas como a saúde, a educação e os direitos humanos.

Criticando a actual Política Agrícola Comum (PAC), como um processo que “tem um impacto negativo na vida e na segurança alimentar de milhões de comunidades pobres, dentro dos países em desenvolvimento”, a Cáritas pede mudanças a este nível.

“A futura PAC deve assegurar boas condições de vida para os agricultores europeus e suas famílias, mas não à custa dos pobres” sublinha o mesmo organismo, no mesmo texto publicado na sua página online.

“O tempo em que se colocava os interesses económicos à frente da justiça global, e do direito fundamental à alimentação, chegou ao fim” conclui a organização humanitária.

A Cáritas tem participado no Ano Europeu 2010 de Combate à Pobreza e Exclusão Social através da campanha «Pobreza Zero», promovida pela sua delegação europeia, numa acção que contemplou diversas iniciativas, como conferências, seminários, festivais, feiras ou competições desportivas.

Ao mesmo nível, foram ainda recolhidas mais de 20 mil assinaturas, junto de responsáveis políticos e sociais, como sinal de um compromisso assumido pelos mais pobres.

A conferência de encerramento da campanha «Pobreza Zero» está marcada para dia 8 de Dezembro, no Centro de Política Europeia, em Bruxelas.



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