As festas carnavelescas no Rio de Janeiro voltaram este ano a provocar divergência entre as escolas de samba e a Igreja Católica, por causa da utilização de imagens e sÃmbolos cristãos.
A direcção da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis anunciou, esta semana, que, após uma reunião com os advogados da Arquidiocese do Rio de Janeiro, decidiu modificar uma parte do seu desfile para não ferir os sentimentos dos católicos.
A Beija-Flor pretendia encenar o martÃrio de Jesus no Sambódromo, usando um actor coberto com uma tinta simulando sangue e com dançarinos fantasiados de soldados romanos no acto da flagelação.
Na semana passada a escola fez um ensaio em Copacabana, mas representantes da Arquidiocese alegaram que a cena provocou repulsa entre vários católicos devido à sua violência.
A organização da escola, por decisão própria, determinou que o actor não usará nada que remeta para a imagem de Cristo, como, por exemplo, a coroa de espinhos, o manto branco, a tinta vermelho-sangue ou uma cruz, como chegou a estar previsto.
O regulamento da liga que organiza os desfiles no Sambódromo prevê punições para as escolas que denegrirem sÃmbolos ou imagens religiosas.