A intenção do « Movimento por uma Economia de Comunhão» é suscitar uma corrente inversa à do terrorismo
Descobrir novos horizontes para a “Economia de Comunhão” foi o objectivo que reuniu católicos de todo o mundo em Castel Gandolfo, na Itália, para um Congresso Internacional onde se defendeu a criação de um novo sistema económico, capaz de suscitar uma corrente inversa à do terrorismo.
De 10 a 12 de Setembro foram apresentadas as experiências mais significativas sobre a divisão dos lucros das empresas com os pobres; as 130 teses de doutoramento apresentadas em Universidades de diversos países; os pólos industriais em actividade na América Latina e um pólo em vias de construção na Itália. O Congresso irá apresentar as Estas são, de facto, algumas das realizações do projecto Economia de Comunhão, lançado por Chiara Lubich, em 1991, no Brasil, para responder à grave disparidade entre ricos e pobres.
Os presentes defenderam que “há uma pobreza imediata que deve ser erradicada”. A esta “miséria injusta e desumana” somaram aquela que é escolhida de livre vontade e que é condição prévia para derrotar a miséria”. É este o conceito de pobreza e de riqueza segundo o ponto de vista da Economia de Comunhão, projecto em acção há 13 anos nos 5 continentes, aprofundado pelo Prof. Luigino Bruni, docente de Economia política, e um dos responsáveis pelo Movimento por uma Economia de Comunhão.
Este conceito envolve actualmente cerca de 800 empresas, nos cinco continentes, que se empenham em produzir de uma forma diferente, e a pôr os lucros em comum, segundo os seguintes objectivos: ajudar os mais pobres, contribuir para a difusão de uma nova cultura e desenvolver a própria empresa.
Para Chiara Lubich, estamos na presença de “uma experiência de grande actualidade, porque pode suscitar uma corrente inversa à do terrorismo, contribuindo, ao lado das muitas outras forças positivas, para a fraternidade em que a comunhão dos bens e a derrota das disparidades sociais é possível”.
“Uma das causas mais profundas do terrorismo reside no terrível desequilíbrio entre países ricos e países pobres, fonte de hostilidade e de vingança”, esclareceu no encontro deste fim-de-semana.
Na sua intervenção no Centro Mariápolis de Castel Gandolfo, diante de 650 economistas, investigadores, empresários, trabalhadores, estudantes e accionistas de 30 países diferentes, da Índia aos EUA, da Europa Ocidental à Europa de Leste, a fundadora do Movimento dos Focolares incentivou o desenvolvimento de um verdadeiro Movimento económico, que se exprima em termos culturais e científicos.
No segundo dia de trabalhos foi apresentada outra novidade: o diálogo entre as diferentes formas de economia social actuadas em outros universos culturais. São experiências de micro-crédito inspiradas na economia gandhiana, e outras experiências inovadoras no campo económico, nascidas da cultura hindu e jainista.