Ofertório da Quinta-feira Santa ajuda populações da Venezuela
O Vaticano acaba de publicar na sua página oficial o calendário das celebrações da Semana Santa de 2005, que este ano não serão presididas por João Paulo II.
Apesar de ontem o porta-voz do Vaticano ter confessado que fazia votos de que o Papa estivesse volta ao Vaticano antes da Semana Santa, a verdade é que Joaquín Navarro-Valls sempre explicou que competiria a João Paulo II, e após o regresso ao Vaticano, decidir quais as “modalidades” da sua participação nas cerimónias pascais.
O calendário inicialmente publicado pela Santa Sé referia que João Paulo II celebraria pessoalmente todas as cerimónias da Semana Santa e da Páscoa. Nenhuma alteração foi feita ao horário das cerimónias.
A agenda carregada do tempo litúrgico mais importante para a Igreja Católica começa com a celebração do Domingo de Ramos, a 20 de Março, e a bênção das palmas e dos ramos de oliveira. A celebração, na Praça de São Pedro, será presidida pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa para a diocese de Roma.
Na Quinta-feira Santa, 24 de Março, tem lugar a Missa Crismal e a bênção dos óleos, onde se reúnem os Cardeais, Bispos e Presbíteros presentes em Roma. Esta celebração terá a presidência do Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito ca Congregação para os Bispos.
O Tríduo Pascal tem início, nesse mesmo dia, com a Missa da Ceia do Senhor, pelas 17h30 locais (menos uma hora em Lisboa). A celebração será presidida pelo Cardeal Alfonso López Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família.
Como é tradição, após a homilia terá lugar o rito do lava-pés a 12 presbíteros e os presentes serão convidados a contribuir para um “acto de caridade”, este ano destinado a ajudar as populações da Venezuela, atingidas por inundações devastadoras no passado mês de Fevereiro.
A Sexta-feira Santa, dia em que não é celebrada a Eucaristia, é dedicada à celebração da Paixão do Senhor, pelas 17h00 (presidida pelo Cardeal James Francis Stafford, Penitenciário-Mor), e à famosa Via-Sacra no Coliseu, pelas 21h15, este ano com meditações do Cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Esta é a única celebração para a qual não foi adiantado o nome de quem irá presidir.
No Sábado, pelas 20h00, tem lugar a Vigília Pascal, que será mais cedo do que o habitual nas Igrejas de todo o mundo, com a concelebração dos cardeais da Cúria Romana. A celebração será presidida pelo Cardeal Ratzinger, na condição de Decano do Colégio Cardinalício.
O dia de Páscoa, 27 de Março, é marcado pela Bênção “Urbi et Orbi” (única participação confirmada de João Paulo II), concedida pelo Papa após a Missa do dia que se inicia às 10h30 (com presidência do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano).
Papa recuperaA evolução positiva no estado de saúde do Papa tem ajudado ao regresso da calma ao Vaticano. Ontem, só um reduzido grupo de jornalistas escutou a leitura do comunicado sobre as condições de saúde de João Paulo II no auditório da Sala de Imprensa da Santa Sé, que em dias anteriores se tinha enchido nestas ocasiões.
O próximo comunicado sobre as condições de saúde do Papa será divulgado na quinta-feira, 10 de Março, mas muitos dos enviados especiais dos meios de comunicação já saíram de Roma, de acordo com a agência Zenit.
Desde a semana passada, João Paulo II trata das questões mais importantes do governo da Igreja desde o quarto do hospital, onde recebe os seus colaboradores próximos.
O Cardeal Camillo Ruini, presidente da Conferência Episcopal Italiana, pediu ontem aos católicos do país que rezem pelo Papa, a fim de que “Deus lhe conserve a sua extraordinária força interior e que a Igreja e a humanidade possam ter ainda durante muito tempo este grande Pastor”.