Vaticano

China detém Bispo fiel ao Vaticano

Octávio Carmo
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O Bispo Jia Zhiguo, da Igreja “clandestina” na China, foi preso pela oitava vez desde 2004 por forças da segurança, juntamente com dois padres da sua diocese de Zhengding (Hebei). O prelado, de 70 anos, já passou duas décadas nas prisões chinesas por causa da sua fidelidade ao Vaticano. A região de Hebei é a zona de maior concentração de católicos na China, com aproximadamente um milhão e meio de fiéis. A agência do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, a AsiaNews, refere que a polícia justificou a detenção do Bispo com o facto de D. Jia Zhiguo ter de assistir a uma “sessão de estudos”. A Associação Patriótica Católica, reconhecida pelo Governo, tem multiplicado os seus esforços para “converter” os Bispos ligados ao Papa e a Roma. Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina” conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos. Vários contactos informais têm sido desenvolvidos desde que Bento XVI sucedeu a João Paulo II, fazendo do estabelecimento de relações diplomáticas com a China uma das suas prioridades. A Associação Patriótica Católica, contudo, vê esses novos elementos de diálogo entre a China e o Vaticano como um perigo para a organização.


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