A China está a promover uma nova campanha de repressão do Budismo tibetano, no âmbito da qual estão contempladas demolições de mosteiros e sessões de reeducação política dos monges, segundo informações divulgadas pela Campanha Internacional pelo Tibete.
O relatório, divulgado pela organização que tem sede em Washington, Amsterdão e Berlim, é citado pela imprensa chinesa independente. Nele se afirma que a repressão na planície tibetana, com o argumento de que se pretende acabar com os dissidentes políticos, na verdade busca mesmo é suprimir a religião no Tibet.
“Acabar com a religião é uma das políticas da China actual”, afirma a especialista em questões tibetanas, Kate Saunders, uma das autoras do relatório, do qual faz parte um vídeo que documenta as demolições de edifícios religiosos e as lições de propaganda política ministradas aos monges e monjas.
O relatório confirma a posição destrutiva da China frente a todos os movimentos e confissões religiosos. Recentemente, grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram repressões contra muçulmanos, membros da Igreja Católica “clandestina” e contra os seguidores da seita neobudista “Falun Gong”.
O Tibete é uma das regiões mais isoladas do mundo e apresenta características culturais (a língua e a religião, entre outras) muito diferentes da China. Os problemas actuais remontam a 1959, ano em que uma revolta armada dos tibetanos contra o governo comunista de Pequim foi reprimida com a ocupação militar da região, a qual forçou ao exílio em Dharamsala, na Índia, o Dalai Lama Tenzin Giatso, Prémio Nobel da Paz e líder dos budistas tibetanos.