Vaticano

Chirac defende lei sobre os símbolos religiosos

Octávio Carmo
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O presidente francês, Jacques Chirac, defendeu hoje no Conselho de ministros a nova lei sobre a laicidade, que limita a utilização de símbolos religiosos nas escolas públicas. Segundo Chirac, “o projecto de lei reafirma a neutralidade dos estabelecimentos escolares públicos, mas não pretende interditar os sinais de presença religiosa na vida quotidiana”. “Este texto é necessário”, assegurou. A ameaça do comunitarismo, a transmissão dos valores republicanos e a promoção da igualdade de oportunidades são os motivos apresentados para legislar nesta área. “Este debate deve permitir-nos voltar a encontrar o que funda a nossa unidade, para além das diferenças”, desejou o líder francês. O texto, em três artigos, foi redigido pelo ministro da Educação, Luc Ferry, e tem como objectivo “interditar os sinais e vestes que manifestem ostensivamente a pertença religiosa dos alunos. Incluem-se nesta definição o véu islâmico, os crucifixos de grandes dimensões e o "kippa" dos judeus. Apesar deste âmbito alargado, o discurso de Chirac aponta claramente para o mundo islâmico: “a exigência republicana que nos inspira apenas terá pleno sentido se soubermos dar vida à igualdade de oportunidades, garantir a estrita igualdade entre mulheres e homens, fazer respeitar o princípio da mistura (“mixité”) e agir resolutamente para a integração”.


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