Vaticano

Ciganos, riqueza para a sociedade e para a Igreja

Francisco Monteiro
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120 pessoas em representação de 21 países estiveram presentes no Encontro anual do Comité Católico Internacional para os Ciganos (CCIT) que decorreu de 17 a 19 do corrente mês, em Augsburgo, Alemanha. No decorrer dos trabalhos defendeu-se que os ciganos são uma riqueza para a sociedade e para a Igreja: quanto mais são excluídos, maior é o sinal de que nos é necessário ir ao seu encontro porque, de outra forma, ninguém lhes levará o amor do Senhor. Para os católicos, lembrou-se, o sacramento do encontro fraterno fomenta a amizade com o Outro e o acolhimento recíproco. O Presidente emérito do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes (CPPMI), Cardeal Stephen Fumio Hamao, presidiu ao Encontro e afirmou que o acolhimento e a solidariedade relativamente a quem tem uma cultura diferente, são valores precisos que têm a sua fonte na fidelidade ao ensino de Cristo; Cristo espera ser servido e amado nos seus irmãos, especialmente nos mais pobres, acrescentou. Experiências concretas de vivência das situações desumanas em que actualmente vivem muitos ciganos na Europa, incluindo ciganos muçulmanos refugiados da ex-Jugoslávia, foram relatadas por quem partilha a vida desses ciganos. Foram ainda referidos os esforços dos próprios ciganos em associar-se e em assumir a defesa dos seus direitos, com o apoio das Pastorais do Ciganos que, assim procuram servir aqueles a quem se dedicam. Referindo-se ao recente documento do CPPMI em que são dadas Orientações para a Pastoral dos Ciganos, o Cardeal Hamao disse que através dos ciganos a humanidade foi enriquecida com uma verdadeira herança cultural. Na Alemanha vivem cerca de meio milhão de ciganos de diversas origens e com uma situação social igualmente variada, estando os mais recentes sujeitos a serem repatriados. Relativamente à religião, os ciganos tendem a aderir à religião do país, e por isso, a maioria é católica. Apenas 22% das Dioceses alemãs têm um responsável diocesano pela Pastoral dos Ciganos. As peregrinações de ciganos (5 a 6 por ano) desempenham um papel importante na evangelização dos ciganos na Alemanha. O Papa acaba de nomear como Responsável pelo CPPMI o Cardeal Renato Martino, Presidente do Conselho Pontifício para a Justiça e Paz. Portugal fez-se representar no Encontro do CCIT por Francisco Monteiro, Eva Gonçalves e Ir. Maria Augusta Silva e Costa, da Direcção da ONPC, e por Fernanda Reis e Manuela Mendonça, respectivamente presidente e vice-presidente do Secretariado Diocesano de Lisboa da Pastoral dos Ciganos.


Pastoral dos Ciganos