Vaticano

Cinema – Negócio em Dificuldades

Francisco Perestrello
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Segundo o ICAM o número de espectadores de cinema decaiu, entre os primeiros semestres de 2004 e 2005, de pouco mais de 8 000 000, para cerca de 7 200 000. Esta quebra de 10% vem afectar os distribuidores e exibidores que, mesmo com o crescimento do início deste novo século, nunca atingiram uma situação desafogada. Críticos, responsáveis do cinema, comentadores e jornalistas, multiplicam-se em explicações para a situação verificada. Entre estas refere-se a coincidência que agora se verifica nas estreias nos diversos países dos filmes de maior potencial, de forma a dificultar a sua reprodução ilegal antecipada. A concorrência do mercado de DVD segue-se na lista dos motivos de desertificação das salas, mas até a seca é citada, uma vez que, na ausência de chuva, as pessoas preferem actividades ao ar livre. Sem desprezar estas causas escamoteia-se a razão principal: a baixa qualidade dos filmes produzidos. As obras de maior cartaz do ano corrente e, portanto, as que implicaram maior esforço de marketing, estrearam realmente já perto do Verão, mas ainda no primeiro semestre. Terão sido «Batman – O Início», sexto episódio da série iniciada em 1989, e «Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith», também ele um sexto episódio, mesmo que designado como terceiro. Como tudo estava dito nas edições anteriores, falhou a novidade, venceu o cansaço, e os números não alcançaram as altas posições que certamente seriam desejadas. Foram excepção raras estreias na época da entrega dos Oscars, insuficientes para uma correcção de mercado. «Guerra dos Mundos», de Steven Spielberg, seria uma esperança, mas o filme está longe de ter a garra de obras anteriores do mesmo autor e foi lançado já na segunda metade do ano. Confirma-se o argumento de que as produções mais rentáveis estão a estrear fora da época favorável às estreias – Dezembro a Fevereiro – mas vê-se também que a colheita é pobre e não irá contribuir de uma forma sólida para a correcção dos números em termos anuais. Francisco Perestrello

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