Os dois movimentos rebeldes de oposição mais importantes do Sudão comprometeram-se a relançar a negociação sobre a região do Darfur com o governo do país, após uma reunião celebrada na sede da Comunidade de Santo Egídio, em Roma.
“Comprometemo-nos solenemente a reiniciar quanto antes as negociações de Abuya sob os auspícios da União Africana, sem condições prévias”, afirmaram esta sexta-feira em comunicado os representantes do Movimento-Exército de Libertação do Sudão (SML/A) e o Movimento pela Justiça e Igualdade (JEM).
Mais de dois milhões de pessoas tiveram de abandonar as suas casas e, pelo menos, 300 mil morreram desde o início da crise no Darfur, em 2003 e provocou mais de 1,6 milhões de refugiados, de acordo com a ONU.
Em Dezembro de 2004 interromperam-se as negociações de Abuya pela paz no Darfur entre o governo do Sudão e estes dois movimentos armados da oposição. Os movimentos retiraram-se da mesa de negociações, celebrada com a mediação da União Africana.
Agora, com a mediação da Comunidade de São Egídio, os dois movimentos discutiram sobre as implicações políticas provocadas pela interrupção das negociações. Desta forma, elaboraram uma agenda de temas políticos e encontraram uma posição comum sobre um grande número de temas a tratar com o governo de Cartum.
“A desesperada situação humanitária, conhecida por todos, foi o pano de fundo dos colóquios destes dias, nos quais se confirmou a vontade de chegar rapidamente a uma solução política do conflito”, explicaram fontes da Comunidade de Santo Egídio.
“Pedimos à comunidade internacional que assegure a chegada de ajudas humanitárias aos refugiados, tantos internos como externos”, indicam, por seu turno, o SML/A e o JEM.