O presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Cardeal Rouco Varela, abordou a polémica levantada pelo suposto financiamento do Estado à Igreja Católica, contestando as propostas do PSOE.
O arcebispo de Madrid lembra que os fundos recebidos pela Igreja “têm origem no Imposto sobre o Rendimento de cada contribuinte e não no Orçamento de Estado”, deixando uma pergunta: “será que é normal uma religião com 100 mil fiéis receber o mesmo que outra de 20 milhões?”.
As últimas propostas do Governo de Zapatero em relação à “auto-suficiência económica” da Igreja geraram uma nova polémica entre os bispos católicos e o executivo. O texto do Cardeal Rouco Varela é também uma resposta às campanhas que, nos últimos dias, pediam ao Governo que rompesse os acordos com a cúpula eclesiástica.
O comunicado do arcebispo de Madrid intitula-se “Questão de maiorias” e recorda a Zapatero que, desde 1982, nenhuma actividade da Igreja é financiada pelo Orçamento de Estado espanhol.
Este documento recorda as recentes declarações do ministro da Justiça, Juan Fernando López Aguilar, o qual colocou em questão as actuais relações económicas entre a Igreja Católica e o Estado, lembrando que desde 1979 existe um acordo em que a Igreja se compromete a “apontar para a sua auto-suficiência económica”.
Em Espanha, o Estado reserva à Igreja uma percentagem do imposto sobre o rendimento de cada contribuinte. Segundo Aguilar, “a Igreja já deveria saber que esta situação é provisória, desde o ponto de vista legislativo”.