O Senado espanhol votou quarta-feira contra o projecto de lei do Governo socialista de José Luís Rodriguez Zapatero sobre o casamento entre homossexuais. Cento e trinta e um senadores votaram contra o projecto - aprovado pelo Congresso em Abril passado -, com 119 votos a favor e duas abstenções.
Após a aprovação de um dos vetos à lei dos matrimónios homossexuais na Câmara alta, este projecto voltará ao Congresso dentro de uma semana. A Igreja Católica aplaudiu a votação e destaca que esta é mais uma manifestação de desacordo com a lei em questão.
A legalização dos casamentos homossexuais foi fortemente contestada pelas milhares de famílias de toda a Espanha que se juntaram em Madrid, no dia 18 de Junho, para uma manifestação em defesa da família, do matrimónio e das crianças organizada pelo Fórum Espanhol da Família (FEF). A manifestação teve como lema “A Família é importante: pelo direito a uma mãe e a um pai. Pela liberdade”, pedindo uma política de protecção integral da família, uma lei que garanta e reforce o respeito pela vida humana na sua integridade e uma valorização positiva das convicções religiosas na sociedade são outros dos pontos abordados.
A esta manifestação de leigos acorreram 18 Bispos, para mostrarem o seu apoio. O porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan Antonio Martínez Camino, disse ontem que a iniciativa foi “positiva” e convidou o governo de Zapatero a “reflectir” sobre reformas legais que a CEE considera “gravemente lesivas os direitos do matrimónio e da família”.
O Pe. Martínez Camino classificou a manifestação do passado sábado como “um acontecimento de repercussão internacional” e como a revelação de uma “sociedade espantada com esta legislação”.