O Papa Bento XVI recebeu pela primeira vez um grupo de 97 participantes no Congresso anual de Bispos amigos do Movimento dos Focolares, organizado pelo Cardeal Miloslav Vlk, Arcebispo de Praga.
No âmbito da audiência geral, disse-lhes: “Saúdo-vos a vós, queridos Bispos participantes no 30º Congresso promovido pelo Movimento dos Focolares, e encorajo-vos a aprofundar cada vez mais a autêntica espiritualidade de comunhão que deve distinguir o ministério presbiteral e episcopal”.
Durante o programa, que teve início no passado Sábado, os bispos viveram dias intensos de reflexão e de diálogo, de oração e de partilha fraterna, centrados no tema: “O Cristo crucificado e abandonado, vulto de Deus-Amor e caminho para a humanidade” (cf. comunicado de imprensa de 11.02.06)
Na sua mensagem inicial, Chiara Lubich comunicou o seu desejo aos bispos, provenientes de 51 nações, da Tanzânia à Noruega e da Coreia a El Salvador: que o “aprofundamento da compreensão do misterioso sofrimento do abandono de Jesus na cruz possa ser luz para o caminho, resposta a todos os “porquês”, caminho para a unidade”.
Um constante ponto de referência do Congresso foi a recente Encíclica de Bento XVI “Deus caritas est”, da qual os Bispos, dia após dia, puseram em relevo um aspecto especial: a visão do próximo como um outro eu, a universalidade do amor evangélico, a reciprocidade do amor como distintivo da Comunidade eclesial.
Tendo-se deslocado a Castel Gandolfo para presidir à concelebração de abertura, o cardeal Re, Prefeito da Congregação para os Bispos, sublinhou o seu apreço por esta espiritualidade de comunhão que “apoia os Bispos no seu ministério e ajuda a olhar para cada pessoa como alguém amado por Deus”.
O Arcebispo Rylko, Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, sublinhou o dom especial dos Movimentos eclesiais e dos seus carismas enquanto “factor evangelizador, recurso não só para a vida dos fiéis, mas também dos pastores”.
Nos grupos e em plenário, os Bispos partilharam os múltiplos vultos do sofrimento que encontram nos próprios países, e a esperança que nasce onde, em união com o Cristo crucificado e abandonado, se passa da morte à vida.
Um momento impressionante foi o concerto-testemunho dedicado, na passada Segunda-feira, ao Cardeal Van Thuan. Através de textos extraídos dos seus escritos e trechos famosos de piano, foi evocada a grande figura desta testemunha da fé do nosso tempo. Animado pela espiritualidade da unidade durante os 13 anos da sua vida passada nos cárceres do Vietname, o Cardeal Van Thuan foi, até à sua morte, um assíduo participante nos Congressos dos Bispos amigos dos Focolares.